
É, do mundo, o gigante aparvalhado que só tem tamanho e, proporcionalmente a este, uma das piores e mais cretinas injustiças sociais em todo o globo terrestre, ampliadas ano após ano numa escalada vertiginosa pela sua classe dirigente.
Esta, por sua vez, é produto do meio, e nesse detalhe é possível que tenha originado a velha máxima: “cada povo tem o governo que merece”.
Tomemos o exemplo de nossas Bom Jesus. São cidades que vêm se arrastando há décadas, que jamais tiveram um horizonte claramente delineado, com uma política ao longo dos tempos obtusa e eventualmente retrógrada.
Progridem? Sim, mas num contexto vegetativo lento para as condições físicas e geográficas privilegiadas em que se situam, ao contrário de alguns de seus dirigentes que pessoalmente enriqueceram ou enriquecem a olhos vistos.
Enquanto o povo, na penúria, vê-se à margem da sociedade, deseducado, desnutrido e desvalido, seus representantes às avessas adquirem bens materiais com facilidade impressionante e numa rapidez espantosa, contrariando todas as expectativas de um enriquecimento natural, fruto exclusivo do seu trabalho honesto.
Enquanto o povo, na penúria, vê-se à margem da sociedade, deseducado, desnutrido e desvalido, seus representantes às avessas adquirem bens materiais com facilidade impressionante e numa rapidez espantosa, contrariando todas as expectativas de um enriquecimento natural, fruto exclusivo do seu trabalho honesto.
Alguns, com indisfarçável desdém, adentram seus municípios em automóveis luxuosos com motoristas particulares (ambos pagos pelo erário, isto é, pelo próprio povo), num acinte à miséria reinante sem nenhum remorso ou censura da própria consciência pelo agressivo e ridículo paradoxo.
A prova de que o dinheiro público é usado sem parcimônia e de forma irresponsável está bem perto de nós. O Legislativo de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, por exemplo, “consciente” da grave crise que o país atravessa, resolveu dar sua contribuição para a questão do desemprego: aprovou a contratação de um assessor para cada um dos vereadores, com módicos vencimentos de R$ 1 mil por cabeça.
A prova de que o dinheiro público é usado sem parcimônia e de forma irresponsável está bem perto de nós. O Legislativo de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, por exemplo, “consciente” da grave crise que o país atravessa, resolveu dar sua contribuição para a questão do desemprego: aprovou a contratação de um assessor para cada um dos vereadores, com módicos vencimentos de R$ 1 mil por cabeça.
Enquanto isso, não há emprego de um salário mínimo sequer para um cidadão prover o sustento de sua família, não há verba para a merenda escolar nem para os remédios dos caquéticos.
Pululam qual nuvem de vespas venenosas os decretos e medidas provisórias da terrível carga tributária que abate sem piedade os empresários e outros segmentos produtivos da sociedade, que a duras penas e no limite das forças carregam nas costas vergadas o fardo cruel da iniquidade, fruto da cobiça, incompetência, má-fé e impatriotismo de relevante parcela de seus políticos.
Este nosso DNA resultante de tantas misturas há de ter algo de bom: a capacidade de indignação e por conseguinte a certeza da necessidade de mobilização para pôr termo a essa ordem insustentável!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/1999
Este nosso DNA resultante de tantas misturas há de ter algo de bom: a capacidade de indignação e por conseguinte a certeza da necessidade de mobilização para pôr termo a essa ordem insustentável!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/1999