Quando raciocino o quão deve ser difícil se gravar uma conversa, especialmente envolvendo as velhas, ariscas e soturnas raposas de Brasília, como o Waldomiro, e mesmo assim ainda se conseguem inúmeras provas cabais da gatunagem, imagino quanta sujeira, quanta podridão existe neste país.
Não vou falar deles porque sei que seria inócuo, Maluf que o diga (periga ser novamente prefeito de São Paulo, beneficiando-se da omissão de uma Justiça anômala e de uma consciência coletiva de pouca têmpera).
Mas enquanto eles refestelam-se nos confortáveis sofás dos suntuosos salões da “Ilha da Fantasia”, às nossas custas e tramando destinos lúgubres para nossas vidas, vamos nos virando como podemos e até quando Deus quiser. É sobre isso que quero falar:
A única diferença que existe no Brasil de hoje, em relação ao Brasil inflacionado, é que quem tem trabalho fixo, ou melhor, aqueles que sempre foram as vítimas dos desmandos (imensa maioria), e que por sorte têm seu emprego, conseguem hoje em dia comer um macarrãozinho com frango aos domingos e até mesmo comprar um eletrodoméstico, mesmo que comprometa seu salário por 30,40, até 50 meses.
Mas enquanto eles refestelam-se nos confortáveis sofás dos suntuosos salões da “Ilha da Fantasia”, às nossas custas e tramando destinos lúgubres para nossas vidas, vamos nos virando como podemos e até quando Deus quiser. É sobre isso que quero falar:
A única diferença que existe no Brasil de hoje, em relação ao Brasil inflacionado, é que quem tem trabalho fixo, ou melhor, aqueles que sempre foram as vítimas dos desmandos (imensa maioria), e que por sorte têm seu emprego, conseguem hoje em dia comer um macarrãozinho com frango aos domingos e até mesmo comprar um eletrodoméstico, mesmo que comprometa seu salário por 30,40, até 50 meses.
O problema é que o emprego virou uma “mercadoria” raríssima atualmente, e isto gera conseqüências sinistras.
Se não há emprego não existe salário, se não há salário não há consumo, se não há consumo inexiste o comércio, se não há comércio, neca de indústria, se não há indústria podem fechar o país para balanço dos salvados.
Vive-se hoje, salvo as exceções de sempre, uma verdadeira ginástica. O cidadão comum vai ao mercado e compra fiado. No fim do mês, a duras penas, paga esta e abastece-se novamente. Fiado, é claro. No dia em que o comerciante não puder fiá-lo mais, a sua situação tornar-se-á crucial.
Vive-se hoje, salvo as exceções de sempre, uma verdadeira ginástica. O cidadão comum vai ao mercado e compra fiado. No fim do mês, a duras penas, paga esta e abastece-se novamente. Fiado, é claro. No dia em que o comerciante não puder fiá-lo mais, a sua situação tornar-se-á crucial.
O comerciante, por sua vez, adquire uma mercadoria a prazo. Vende-a e adquire outra efetuando o rodízio do seu estoque às custas do seu fornecedor.
Como sua margem de lucro é insipiente, o mercado em recessão e seus custos operacionais e administrativos a cada dia maiores, a falência o espreita.
Não é possível que continuemos a viver nessa bola de neve.
Urge que tomemos medidas drásticas, necessário se faz que apareçam líderes destemidos que possam desencadear uma revolução cívica neste país.
Urge que tomemos medidas drásticas, necessário se faz que apareçam líderes destemidos que possam desencadear uma revolução cívica neste país.
Precisamos rever nossa estratégia de vida, repensar nosso papel na sociedade, despertar nosso sentido de indignação. Precisamos parar de dizer “tudo bem” a cada vigarista que nos aparece. Exercermos nossa cidadania com mais contundência, a exemplo dos países desenvolvidos.
Nós somos os únicos responsáveis por esse estado de coisas, até porque temos pouca noção da realidade. Muitos de nós, infelizmente, vivemos de aparências e esta prática mascara a realidade, tornando-a falsamente colorida. E é aí que agem os espertalhões.
Não elegemos o Lula? Vamos então cobrar-lhe ação, destemor ante os poderosos, a transformação dos belos discursos em fatos objetivos.
Não devemos, sob pena de comprometermos o futuro do nosso país, nos acomodarmos frente aos desmandos e à incompetência da “corte”, que continuam mais desenvoltos do que nunca.
Vamos acordar! Espantemos nossos fantasmas!
Não elegemos o Lula? Vamos então cobrar-lhe ação, destemor ante os poderosos, a transformação dos belos discursos em fatos objetivos.
Não devemos, sob pena de comprometermos o futuro do nosso país, nos acomodarmos frente aos desmandos e à incompetência da “corte”, que continuam mais desenvoltos do que nunca.
Vamos acordar! Espantemos nossos fantasmas!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em maio/2004