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31 de jan. de 2017

Atiraram no que viram, podem acertar no que não viram!

Ano passado, quando das manifestações de junho, muitos aconselharam a presidente Dilma livrar-se da politica salafrária, corrupta, sub-reptícia, materializada em gente de reputação duvidosa, como muitos dos componentes de sua base de apoio, especialmente o seu criador, Lula, que embora não exerça mandato formal é uma eminência parda do poder.

Antes do escândalo do petrolão emergir como uma tsunami, já cientificavam-lhe a opinião de que dificilmente ela continuaria no cargo se não desse uma violenta guinada em seu modus faciendi de governar. Começando pela redução dos 39 ministérios para uns seis, passando pela conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco, pelo sepultamento da ideia do trem-bala e no vigoroso investimento na Saúde e na Educação, inspecionando com microscópio eletrônico o gasto de cada centavo; retornando com as faxinas; desempacando o PAC; combatendo carteis e monopólios, etc.

Julgavam que a opinião pública pós-manifestações dar-lhe-ia respaldo na batalha sangrenta que enfrentaria ao contrariar interesses monumentais, transformando o povo nas ruas em um Poder Legislativo alternativo, residindo aí a pedra filosofal do verdadeiro milagre que realizaria. E sentenciaram até que se ela não conseguisse produzir um milagre, poderia mandar emitir as passagens para um cruzeiro marítimo a partir de 1/1/2015!

Pois bem. O vaticínio deu com os burros n´água, tal como ocorreu com aquele vidente que apostou em frenesi na vitória do Aécio, certo?

Pero no mucho. Parece ser apenas questão de tempo que a madame será impichada. Ou então, enfrentará tormentas tão “tormentosas” no decorrer do mandato, que sequer poderá dizer que governou.

Digo isso por quê? Porque, raciocino, o escândalo do petrolão é de nível tão colossal que dificilmente não a atingirá. Afinal de contas, o diretor Paulo Roberto Costa prontificou-se a devolver R$ 70 milhões, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços Pedro Barusco, US$ 100 milhões, ou, perto de R$ 250 milhões, e mais um monte de gente querendo devolver grana roubada, vejam vocês! Aliás, cabe a velha máxima:
– Vergonha é roubar e não poder carregar.

Provada está a implicação de mais de 70 políticos no esquema, dos três maiores partidos da base governista (PT, PP e PMDB). Também um número grandioso de executivos de empreiteiras, de destacados funcionários da Petrobrás e quantos mais virão por aí na bola de neve que se transformou o instituto da Delação Premiada.

Muitas dessas negociatas foram feitas sob a presidência dela no Conselho de Administração da Petrobras, ou na própria presidência do país. Aí, das duas, uma: ela sabia ou não sabia, e qualquer que seja a resposta, fica muito, mas muito mal na fita. Na melhor das hipóteses, houve negligência, crime de responsabilidade, que num país sério redunda em impeachment.

Portanto, aquele cruzeiro parece ter sido apenas adiado. Se apostaram erradamente que o povo iria executar o próprio carrasco caso este não se transmudasse num anjo em tempo recorde, não apostaram acertadamente que passava da hora de a casa cair, com ou sem sustentação dessa mesma gente insensível ao próprio destino ao legitimar o continuísmo trágico.

Então, afirmo: atiraram no que viram, podem acertar no que não viram.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado originalmente em dezembro/2014