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21 de jun. de 2013

A faxina tem de ser ampla, geral e irrestrita. Depois do susto que os próprios fantasmas do povo sofreram, podem se recuperar e assombrar com força redobrada. Olho vivo!


Boa parte dos jovens que hoje protestam nas ruas era criança quando Lula foi eleito em 2003.

Em 2002, ano da sua primeira eleição, votei nele (deixo claro que só cometo erro uma vez).

Em 1/1/2003, lembro-me direitinho, verti uma lágrima nascida no âmago do ser quando ele disse duas coisas no discurso triunfal de posse; se não literal, mais ou menos assim:


1) Nunca tirei diploma; agora tenho o de presidente do meu país;

2) Nós não temos o direito de errar! (Referindo-se a ele próprio e à companheirada do PT).

Meu Santo Padim Padi Cisso Romão Batista! Como ele errou! Como esse PT errou, erra e errará! Como traíram toda uma nação, todo um povo que acreditava em mudanças profundas!

Nada, meus jovens, nadica de nada mudou. Aliás, vocês protestam justamente por isso. 

Vocês protestam porque a única bandeira dessa turma é a bolsa família, as migalhas que sobram dos palácios suntuosos, mas que já não podem mais calar ninguém.

Não. Não estou esquecendo que as manifestações são apartidárias, que não se protesta contra agremiações políticas ou ideologias específicas. 

Aliás, embora eu tenha certos princípios que se encaixam em determinado viés filosófico, não me sinto representado pelos partidos que temos (aqui, um texto que fiz sobre isso). 

Mas sinto-me à vontade para falar desse (des) governo porque fui um dos que contribuíram para alçá-lo à vez primeira, como creio ter sido um dos primeiros a me arrepender, pelos motivos que escrevi à mancheia, como por exemplo já em 2004 (aqui). Vai um trechinho:

"O Fome Zero, aliás, expõe uma brutal face contraditória. Um governo que disponibiliza recursos insignificantes para a Educação, diante das enormes necessidades (fato criticado pelo próprio Ministro da Educação Cristóvão Buarque) e corta verbas para a Saúde, não pode estar falando sério em dar R$ 75 para o pobre comprar comida".

Ou este, de 2005, do qual vai mais um trechinho: "O Brasil talvez nunca tenha produzido tantos novos-ricos como agora, nem enriqueceu ainda mais os que já existiam, sobretudo nunca viveu tamanha discrepância entre o que lhe era acenado com o efetivamente concedido. 

Pior ainda: nunca foi tão saqueado, tão roubado, tão vilipendiado! A traição se revela brutal, inacreditável, estarrecedora! Um povo que apostou todas as suas fichas na esperança vê-a inteiramente desvanecida".

Ou este, de março deste ano, cujo título até parece que profetizava as manifestações de agora: "Estão destruindo o Brasil! A geração futura vai penar terrivelmente para pagar a conta da farra de hoje".

Ah, José Henrique, Lula nem é o presidente...

Engano! Assim como a jabuticaba, que só existe no Brasil, somos o único país que tem um ex-presidente como primeiro-ministro, com aspas, que nos regimes parlamentaristas, sem aspas, é quem realmente manda. 

Engano pior: as manifestações de agora beneficiam Lula, que o PT está doidinho para lançar sua candidatura ano que vem. 

Acho até que a maioria do partido, se não está estimulando as manifestações, deve estar torcendo para que os protestos inviabilizem a candidatura de Dilma à reeleição, para então lançarem com toda a pompa e circunstância o "deus" do povo brasileiro: Lula.

Aí, meu jovem, você poderá ser governado mais oito anos diretamente por ele, e mais oito por algum outro poste que ele enfiar novamente goela abaixo do povo.

Fazendo as contas, você, que estará ao fim de mais uma triste aventura, já quarentão, contemplará seus filhos, e até netos, com aquela cara de bunda, pensando nas manifestações de agora que não deram em nada:

- Mó derrota, pai -, dirão seus filhos, na expressão da moda do ano da graça de Nosso Senhor de 2032, se você não definir claramente o que quer para o seu país daqui pra frente!

Autor: José Henrique Vaillant