O ex-presidente Lula, um dos políticos mais astutos em terra brasilis deixou-se dominar pela fogueira das vaidades e vinha se portando como uma divindade que pairava acima das leis e das cabeças dos simples mortais. Sua engenhosidade era servir-se do poder convencendo o povo do contrário.
O problema é que cada vez mais povo está caindo na real, como se diz, e descobrindo já pés e, quem sabe pernas, do ídolo de barro. E a cada dia que as mutretas se avolumam, mais o pano se abre, descortinando, além do barro, o esqueleto de pau reluzente de óleo de peroba.
Desnudado gradativamente, o ex-presidente vai ficando assustado, com medo. E contra o medo, a reação instintiva de autoproteção é a de acusar inimigos imaginários, ameaçando rupturas institucionais por intermédio de paus-mandados. “Mando pra rua o exército do Stédile”, ameaçou (para quem não sabe, João Pedro Stédile é líder do MST, movimento que se especializou na invasão de terras produtivas, quebra-quebra e outras ilegalidades). Retrucou uma mal humorada nota oficial do Clube Militar: “O único exército do Brasil é o de Caxias, o Exército Brasileiro”.
Para quem sabe ler...
Lula, em vez de buscar meios de sair dacrise que ele próprio cultivou (pessoalmente ou com sua criatura, Dilma) parece querer um confronto real, que poderá desaguar em violência. Esse tipo de conflagração civil dividirá o país dificultando qualquer solução democrática, porque em vez de diálogo e racionalidade, o que acaba prevalecendo é a paixão.
O melhor conselho que se pode dar a Lua hoje é que tenha juízo, que reflita, que pare de incitar o ódio, de insuflar disputa entre 'nós e eles'. E lembrar que o deus de hoje pode vir a se transformar no diabo de amanhã, tal como ocorreu com vários líderes mundiais, como Mussolini, Sadam Hussein, Muamar Khadafi e outras boas-biscas assemelhadas.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado originalmente em março/2015