Vocês, amável leitor, graciosa leitora que, como eu, já dobraram o Cabo da Boa Esperança, que estão com os janeiros bem acumulados, e que principalmente conservam as faculdades mentais, certamente não votarão na candidata do PT. Acho, aliás, que pessoas esclarecidas só votam se tiverem algum interesse menos nobre, ou então porque perderam definitivamente a esperança no país.
Que coisa patética esse esquerdismo caviar em que os companheiros que mandam no pedaço usufruem da doce vida parisiense evocando e enaltecendo os becos sinistros de Havana! Quanta hipocrisia!
Quem entende de inflação como os que, como eu, madrugavam nas portas dos supermercados porque à tarde os preços seriam majorados, não têm perdão se não perceberem que estamos caminhando a passos largos para voltarmos a madrugar. Quem ligava para o banco várias vezes ao dia para pedir ao gerente que colocasse seu dinheiro no “over night”, tentando desesperadamente manter do dia para a noite o seu poder de compra há de querer preservar o todo o custo a estabilidade, eliminando da vida pública os que atentam contra ela.
Não há alternativa, dirão vocês, com certa razão. Nem sei se a desgraça maior do Brasil é a camarilha farsante que se reveza há 12 anos no poder, ou a “oposicinha” pusilânime, covarde, que desde 2005, quando estourou o escândalo do Mensalão, preferiu “deixar o petismo sangrar até morrer”, sem querer bater forte com medo estarrecedor da popularidade de Lula. (Sangrou e morreu tanto que reelegeu Lula; elegeu Dilma; tem bastante probabilidade de reelegê-la, mais ainda de voltar a eleger e reeleger o próprio Lula em 2018 e 2022!
O “oposicionista” de agora, por exemplo, julga que com punhos de renda desviará os mísseis da empulhação, da mentira, do terrorismo. Sem a menor capacidade de absorver e retribuir as investidas malévolas, acaba fazendo o jogo do rival, que é o que se vê com Aécio, lá embaixo nas pesquisas, agredindo Marina, aquela que ao menos pode ter dos brasileiros o benefício da dúvida. Pragmaticamente falando, pior do que está não fica.
Mensalão, petrolão, lama, fel, esgoto, limo, pus e larvas! Que por obra e graça de R$ 100 da bolsa esmola provavelmente se perpetuarão!
Quem pode se dar ao luxo de buscar o aeroporto mais próximo, parabéns. Quem não pode, como eu, resta tentar entender que conjugações de fatores fizeram o petismo se beneficiar de tudo o que fez abaixo e morrer perguntando a Andrada por que não arrancou este pendão dos ares, e a Colombo, por que não fechou a porta de seus mares!
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1985 – O PT é contra a eleição de Tancredo Neves e expulsa os deputados que votaram nele;
1988 – O PT vota contra a atual Constituição.
1989 – O PT defende o calote da dívida brasileira.
1993 – O então presidente Itamar Franco convoca todos os partidos para um governo
de coalizão pelo bem do país. O PT foi contra e não participou.
1994 – O PT vota contra o Plano Real, dizendo que era factoide eleitoreiro.
1996 – O PT vota contra a reeleição; hoje a defende.
1998 – O PT vota contra a privatização da telefonia, que tornou o celular acessível a
todos os brasileiros. (Talvez hoje tivéssemos, além de mensalão e petrolão,
também o telefolão).
1999 – O PT vota contra a adoção das metas de inflação.
2000– O PT foi veementemente contra a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal,
que obriga os governantes a gastar apenas o que arrecadam.
2001 – O PT vota contra a criação dos programas sociais no governo Fernando
Henrique Cardoso. Bolsa Escola, Vale Alimentação, Vale Gás, PETI e
outros benefícios são classificados como insuficientes e esmolas eleitoreiras.
O PT foi contra tudo e contra todos, porém o maior beneficiado da infraestrutura socioeconômica construída a duras penas, atribuindo numa inacreditável inversão de valores todos os méritos para si, e as mazelas para os outros.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado originalmente em setembro/2014