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31 de jan. de 2017

Educação em frangalhos. Sem trocadilho com a charge

O analfabeto funcional é aquele que sabe ler e escrever, mas não sabe estruturar nem interpretar um texto. Muitos conseguem concluir a universidade, mostrando que o saber não é o mais importante para a obtenção de um "canudo" neste país em que um ex-presidente da República se vangloriava de ser semianalfabeto.

Esta charge, do cartunista estrangeiro Dan Collins, retrata um fazendeiro tratando de suas galinhas, também parceiras sexuais. Observem o tamanho e a circunferência do pênis dele e os rombos que faz nas penosas!


Pois bem: um fato nada engraçado é que a charge serviu como ilustração para trabalho escolar de crianças de uma cidade paranaense com idade média de... 6 (seis) anos! 

Há uns dois anos que isso ocorreu, fato amplamente divulgado, principalmente na WEB. Foi um erro, claro, não se pode imaginar uma mente tão doentia a ponto de submeter crianças em tenra idade a essa coisa escatológica.

Por outro lado, mostra-nos a quantas anda o ensino público, tão ruim que fica à mercê de equívocos inacreditáveis, inaceitáveis e grotescos assim!

Pais, mães, tutores em geral de estudantes da rede pública brasileira já nem se surpreendem mais com a péssima qualidade do ensino.

Um exemplo de descomprometimento em ensinar, bem pertinho de nós, bom-jesuenses: depois que acabou a Copa do Mundo, quando os alunos tiveram um mês inteiro de recesso, a Escola Estadual Euclides Feliciano Tardin, também conhecida como Horto, resolveu pintar salas de aula. Resultado: alguns alunos foram dispensados durante duas semanas para não serem prejudicados pelo cheiro de tinta. Pode, Freud?

Sejamos justos: não são o Horto ou outras escolas especificamente as culpadas pelo péssimo ensino. Isso é reflexo da política educacional brasileira.

Desgraçadamente, o nosso país é um dos que destinam mais verbas para a Educação, mas um dos piores na gestão dessas verbas! 

Qual será o futuro do Brasil com alunos que hoje não encontram estímulo para aprender, e escolas que não têm estímulos para ensinar? 


Autor: José Henrique Vaillant - Publicado originalmente em julho/2014