O cartunista Nani evoca a baderna que persiste na cidade do Rio de Janeiro por bandidos infiltrados nas merecidas manifestações contra o governador Sérgio Cabral.
A polícia não sabe se age com o rigor que é necessário, caindo nas bocas de matilde de certos setores da imprensa e dos defensores dos coitadinhos depredadores e ladrões, ou não agir de nenhuma maneira (e aí também cai nas mesmas bocas de matilde que a acusam de inércia e pusilanimidade).
Na charge, a PM está em ação, mas não precisava exagerar ao descer o cacete num religioso que está balançando o seu turíbulo, confundindo o objeto que libera fumaça com um coquetel molotov.
Aliás, coquetéis molotov são bombas incendiárias de fabricação caseira, feitas geralmente com uma garrafa cheia de gasolina ou outros produtos inflamáveis, com um pavio.
Eles existem desde que foi descoberta a gasolina, mas o nome surgiu na Segunda Guerra Mundial. Soldados da extinta União Soviética (hoje Rússia) usavam esse tipo de arma improvisada para atacar soldados alemães.
Algum deles deve ter pensado em batizar o artefato, então resolveram homenagear o ministro das Relações Exteriores do seu país, Vyacheslav Mikhailovich Molotov (1890-1986).
Já turíbulo teria surgido depois do século IV, quando a tradição cristã adotou o incenso em seus rituais de consagração, e ainda hoje o queima para honrar o altar, as relíquias, os objetos sagrados, os sacerdotes e os próprios fiéis, e para propiciar a subida ao céu das almas dos falecidos no momento das cerimônias fúnebres.
Autor: José Henrique Vaillant