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25 de jul. de 2013

Sou agnóstico, mas no papa Francisco eu acredito!


Respeito e admiro profundamente as religiões pelo norte moral e ético que elas propiciam, adoro observar os fieis nos templos exercitando a fé cristã, mas eu próprio nunca frequentei uma igreja, porque sou agnóstico.
Tenho um amigo que é ateu convicto. Quando a gente entabula uma conversa a respeito de religião, sinto-o reprovar sutilmente esta minha orientação. Não por achar que eu também devesse ser ateu, mas por considerar o agnosticismo uma doutrina de acomodados, de gente que fica em cima do muro, pessoas com convicções frouxas.
Com efeito, ser agnóstico é prático, porque se um dia ficar peremptoriamente comprovada a existência de um Deus etéreo, você nunca afirmou sua inexistência, o mesmo valendo se um dia comprovar-se incontestavelmente o contrário.
Contudo, não. Não sou assim por tibieza intelectual. É que não consigo entender como pode haver no mundo tanto contraste de beleza e feiura, de satisfação e infelicidade, de sanidade e doença, de gozo e sofrimento!
Em meio à gigantesca nuvem de pó formada pela derrubada das torres gêmeas do World Trade Center, em 2001, alguém, no estupor do assombro, e já sabendo quem era o principal mentor intelectual daquela infâmia contra toda a humanidade, disse:  “Se Bin Laden existe, Deus não pode existir”.
Ótimo argumento para os ateus.
Meu tio Manoel (Deco) disse que uma vez, ao consultar um médico, o científico quis convencê-lo do evolucionismo, isto é, de que o homem não foi criado por Deus, sendo a própria natureza também resultante de processos evolutivos, que a ciência é que opera milagres. O tio retrucou: “quero ver então, doutor, a ciência criar, do nada, um grão de milho...”.
Ótimo argumento para os religiosos.
Pelo sim, pelo não, prefiro o meio-termo, até que a religião me explique convincentemente a lógica de Deus ao criar bin ladens, hitlers, bokassas, tsunamis, pestes, fome, guerra, ou que a ciência produza um grão de milho, uma pétala de rosa, uma coruja, uma gota d´água.
Mas no papa Francisco eu desço do muro, sem medo. Nele eu acredito! Acredito em sua simplicidade, em sua humildade, em sua sinceridade de propósitos, em seu amor pelo semelhante, em sua sabedoria, em sua integridade moral, em sua fé em Deus e nos seres feitos à Sua imagem e semelhança.
Aliás, se todos fôssemos constituídos, um pouco que seja, do verniz de Francisco, não haveria a necessidade da crença em alguém superior!
Autor: José Henrique Vaillant