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23 de jul. de 2013

Ana Lara: um anjo loiro encantador!

Avô e avó costuma-se dizer, são mais corujas que os pais. Veríssimo, Noblat, e uma plêiade de vovôs e vovós compõem regularmente verdadeiros panegíricos aos netos e netas, extasiados com a doçura dos pequerruchos, prenhes de amor e de desvelo.
Também sou avô, do Lucas, que hoje tem 12 anos. Não lhe dediquei nenhum texto laudatório, entretanto, porque não me ocorreu pontuar meu afeto por ele, também dessa maneira. E como nessa idade ele certamente não iria gostar de babação de avô, exercito-a com Ana Lara, que não é minha neta, mas considero como se fosse, duvidando que haja avô de verdade mais babão que este avô postiço que lhes fala.
Larinha é irmã materna do meu filho caçula Gabriel, filha de minha ex, Silvana. Uma doçura de criança em todos os sentidos. Não tem preconceito a colos, é simpática com todo mundo e, aonde vai, logo se adapta, arrebatando os corações de tantos quantos interagem com ela.
Aos dois anos de idade, ainda não articula direito as frases, mas é delicioso conversar com ela, que repete como um gravador automático tudo o que se fala. - O gatinho branco está debaixo da cama -, falo. E ela responde no seu idioma próprio, que não sei reproduzir direito, cravando nos meus aqueles olhos fascinantes, de um azul ultramarino:
- o gatin banco basso da cama? Ou então, - o gatin ´peúdo´ (peludo); - a bola `maela´ (amarela), - a tia ´tuli´ (Suely), etc.
Que a pequena Lara seja feliz em todos os momentos de sua existência, com a potestade suavizando-lhe os espinhos da vida. Que seja uma criança livre, bem orientada, respeitada, gozando de uma infância plena de encantamentos; que seja uma adolescente inteligente e de mente sã; uma adulta realizada e feliz.
As pequenas e muito esporádicas frações de tempo que eventualmente desfruto com Larinha (ela mora com a mãe em outro estado) são momentos muito deliciosos, inesquecíveis.
Até bom, talvez, que as oportunidades sejam mesmo escassas, porque dizem que tudo em exagero faz mal. Assim, ela livra-se de um chato quase sexagenário a torrar-lhe a paciência, e eu me arrisco menos a ter um piripaque por excesso de ternura, de amor e de carinho.

Autor: José Henrique Vaillant