Na Suécia não há corrupção nem mordomia para os políticos, disse a um amigo dia desses.
Ele duvidou, achando que esse câncer insidioso, covarde e cruel faz parte da gênese humana e contamina o mundo todo (pessoas morrem em hospitais sem leito, crianças morrem de diarreia devido a água contaminada, ou melhor, lodo contaminado - quando há lodo - no Nordeste porque os recursos para pôr fim às desgraças brasileiras escoam nos sumidouros purulentos, putrefatos das mordomias e da corrupção).
Ele duvidou, achando que esse câncer insidioso, covarde e cruel faz parte da gênese humana e contamina o mundo todo (pessoas morrem em hospitais sem leito, crianças morrem de diarreia devido a água contaminada, ou melhor, lodo contaminado - quando há lodo - no Nordeste porque os recursos para pôr fim às desgraças brasileiras escoam nos sumidouros purulentos, putrefatos das mordomias e da corrupção).
Então
mostrei-lhe uma reportagem dando conta de que lá não há luxo nem
privilégios; deputados vivem em apartamentos funcionais de 40 m2,
nenhum tem máquina de lavar (a lavanderia é comunitária e os
deputados precisam marcar hora para lavar roupa).
Alguns
têm ainda menos espaço (18 m2), e para estes, até a cozinha é
comunitária. Não há empregados domésticos, todos lavam a louça.
O gabinete de um parlamentar também tem meros 18 m2, e nenhum tem
secretária nem motorista particular.
Já
o primeiro-ministro é um “privilegiado”: sua residência oficial
é de 300 m2, mas não há empregados; o próprio é quem passa suas
camisas e arruma a casa.
A
reportagem retrata uma nação em que tudo funciona, e bem. Farras
aéreas não existem, já que nenhum político tem direito a
passagens por conta do contribuinte.
Todos precisam marcar seus voos
na agência do Parlamento. Além do mais, se algum deles vacilar estará “no sal”, uma vez que a Justiça funciona pra valer e não existe
imunidade parlamentar.
Claro
que as realidades de Brasil e Suécia são bem distintas, a começar
por aquilo que é preponderante para um país, que é a educação do
seu povo.
Mas a comparação entre a ralé que usa aviões da FAB e
os cidadãos decentes que viajam em aviões de carreira, muitas vezes
às próprias expensas, é grande demais para poupar os estômagos do
vômito bilioso nosso de cada dia nos dai hoje!
Autor: José Henrique Vaillant