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22 de jul. de 2013

Na Suécia, o mandatário maior arruma a própria casa. Que paisinho pobre, não?

Na Suécia não há corrupção nem mordomia para os políticos, disse a um amigo dia desses.
 

Ele duvidou, achando que esse câncer insidioso, covarde e cruel faz parte da gênese humana e contamina o mundo todo (pessoas morrem em hospitais sem leito, crianças morrem de diarreia devido a água contaminada, ou melhor, lodo contaminado - quando há lodo - no Nordeste porque os recursos para pôr fim às desgraças brasileiras escoam nos sumidouros purulentos, putrefatos das mordomias e da corrupção).

Então mostrei-lhe uma reportagem dando conta de que lá não há luxo nem privilégios; deputados vivem em apartamentos funcionais de 40 m2, nenhum tem máquina de lavar (a lavanderia é comunitária e os deputados precisam marcar hora para lavar roupa).


Alguns têm ainda menos espaço (18 m2), e para estes, até a cozinha é comunitária. Não há empregados domésticos, todos lavam a louça. O gabinete de um parlamentar também tem meros 18 m2, e nenhum tem secretária nem motorista particular.

Já o primeiro-ministro é um “privilegiado”: sua residência oficial é de 300 m2, mas não há empregados; o próprio é quem passa suas camisas e arruma a casa.

A reportagem retrata uma nação em que tudo funciona, e bem. Farras aéreas não existem, já que nenhum político tem direito a passagens por conta do contribuinte. 

Todos precisam marcar seus voos na agência do Parlamento. Além do mais, se algum deles vacilar estará “no sal”, uma vez que a Justiça funciona pra valer e não existe imunidade parlamentar.

Claro que as realidades de Brasil e Suécia são bem distintas, a começar por aquilo que é preponderante para um país, que é a educação do seu povo. 

Mas a comparação entre a ralé que usa aviões da FAB e os cidadãos decentes que viajam em aviões de carreira, muitas vezes às próprias expensas, é grande demais para poupar os estômagos do vômito bilioso nosso de cada dia nos dai hoje!

Autor: José Henrique Vaillant