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30 de jul. de 2013

Algumas dessas vadias são vadias porque a alma é vadia, os cérebros, vadios, o nível moral e intelectual, vadio; não são vadias por uma causa, a causa é que são vadias



Enquanto muitas vadias “chulavam” suas genitálias e “genitaliavam” as chulices, eu entendia o conjunto das tristes imagens que via, como uma apoplexia de instintos degradantes causada pela vadiagem mental que, incapaz de coligir três neurônios solitários só encontrou essa forma deprimente, escatológica, de saciar a vontade irresistível de desfrutar seus 15 minutos de fama.
Desde os idos de 1976, uma cena que jamais me sairá da cabeça foi aquela em que a menininha Reagan, interpretada pela atriz Linda Blair, no filme “O Exorcista”, do diretor William Friedkin, soca com violência um crucifixo na vagina, simulando relação sexual com o próprio Cristo, que a desvirgina.
Já disse aqui, neste espaço, de minha orientação religiosa agnóstica, sublinhando, entretanto, o profundo respeito e admiração que nutro pelas religiões e pelos religiosos, em razão de constituírem referenciais éticos a balizarem a vida em sociedade. Por isso entendo que o respeito à profissão de fé de cada um, a seus símbolos religiosos, a suas entidades etéreas, à ritualística na operacionalidade de seus credos, é sagrado.
Algumas cenas dessa “Marcha das Vadias” conseguiram causar a estes olhos, que já viram muita coisa, imenso desconforto visual, ao mesmo tempo em que me despertaram também o mesmo tédio de um entomologista ao contemplar uma borboleta ridiculamente comum.
O padrão estético formado por peitos nus e orifícios expostos à visitação pública foi algo deprimente de se ver, conquanto tedioso, melancólico. Mas até aí, cada qual se expõe da maneira que é capaz e do que dita sua criatividade e noção de civilidade. Contudo, a ninguém é dada a prerrogativa de infringir as leis.
O direito de criticar os dogmas religiosos é um exercício da liberdade de expressão e de opinião devidamente assegurado pela Carta Magna, desde que feito sem desrespeito ou ódio. Mas a intolerância religiosa, com atitudes ofensivas a crenças e práticas, é crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humanas.
Como, por exemplo, a destruição acintosa de imagens sacralizadas, de objetos simbólicos da fé. Uma manifestante chegou a pegar um pedaço do que sobrava de uma cruz, vestiu-lhe uma camisinha e o introduziu no ânus de seu parceiro de vadiagem. Outra, que se escondia covardemente com um capuz, colocou a cabeça de uma santa na entrada da vagina, transformando a imagem sagrada num gigantesco dildo!
Tais performances, confesso, me impressionaram mais que a cena do crucifixo no filme. Isso porque Reagan foi uma personagem da ficção, mas as tristes participantes da Marcha, que chocaram pela ousadia blasfema são seres humanos reais, com as almas mais malsãs do que a que foi usurpada pelo diabo, de O Exorcista.
Há momentos em que sinto vergonha de ser moldado com a mesma matéria de certos semelhantes!

Autor: José Henrique Vaillant