A diferença é que o impeachment é decidido pelos deputados (representantes do povo), e o recall, diretamente pelo povo.
Nos EUA e em outros países existe o dispositivo do recall na política. Comprovada a corrupção, incompetência ou inoperância do parlamentar, os próprios eleitores dele o retiram do cargo, através do voto.
No Brasil, na esteira das reivindicações por uma ampla reforma política, o instituto do recall surge como um possível componente dessa reforma, defendido até pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.
Fazer recall de produtos, todos sabemos, é quando uma determinada fabricante detecta algum problema e convida os consumidores a trocarem as determinadas peças defeituosas ou mesmo todo o produto, gratuitamente. Há recalls de variadas categorias, mas o de veículos é o que mais se destaca.
O cartunista Nani bolou uma espécie de "oficina". Nela, o deputado apresenta vários defeitos (grande novidade!), sob o olhar compenetrado do seu eleitor.
Se hipoteticamente esse recall passasse a valer imediatamente, já pensaram o tamanho da frota de deputados e senadores que teríamos de trocar?
Autor: José Henrique Vaillant