A charge de J. Lima retrata o ex-presidente Lula calado, suando frio, por conta das manifestações que o PT achou que ficaria restrito a São Paulo e detonaria o governador oposicionista, Geraldo Alckmin.
Lula, que falava pelos cotovelos onde tivesse um grupo de pessoas, em lançamento até de pedra fundamental de quadra de cuspe à distância, guarda um silêncio sepulcral desde que pipocou o escândalo Rosemary Noronha (aqui), há mais de sete meses.
Sobre o escândalo, que o jornalista Alexandre Garcia reputa mais sério que o Mensalão, nenhuma palavra. Sobre as manifestações, o falastrão também emudeceu!
Um político como Lula, que todos sabem é a eminência parda do atual governo, uma espécie de primeiro-ministro informal, porém com enorme influência;
Um homem que falou até mais não poder quando o céu era de brigadeiro, quando a conjugação de fatores econômicos, políticos e telúricos lhe era enormemente favorável;
Que se quer lembrado hoje e na posteridade como um grande líder jamais havido na história deste país;
O demiurgo, enfim, que transformou todo e qualquer pobre em classe média (por decreto dos números falaciosos, ao menos), não podia se calar num momento de profunda transformação pelas quais o país atravessa, em plena ebulição das massas que dizem chega, a tudo o que há de pernicioso.
O que o pastor divinal diria para suas ovelhas? O que pensa o estadista que, como tal, enxerga à frente, sobre os destinos do país? De que maneira articula esse homem com as forças políticas que domina através de seu garbo e genialidade, em contributo à nação?
Aqui em Bom Jesus, costumava-se dizer de uma pessoa que deixava-se seduzir por elogios falsos, que sentia-se com o ego afagado quando alguém a enaltecia de maneira dissimulada, hipócrita, como sendo um "comedor de puaia"; e a pessoa que dava as puaias, um "puaiento".
Comer puaia também era acreditar em promessas fantasiosas, em premissas mirabolantes, em discursos triunfalistas.
E Lula não dá as caras agora porque os comedores de puaia deram-se conta de como ela é indigesta! Como se trata do maior dos maiores puaientos que o Brasil gestou, o clima lhe é profundamente desfavorável.
Para continuar a dar puaia, tinha de ter os colhões roxos!
Autor: José Henrique Vaillant