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28 de mai. de 2013

A gente não tem hospital, mas que importa? Temos bolsa família...

A Caixa Econômica Federal, todos sabem, liberou antecipadamente o pagamento do bolsa família de junho. 

Mas não avisou ninguém, daí a boataria de que o dinheiro extra seria uma compensação pela suposta extinção do programa.

As consequências, todos viram, foram filas quilométricas nas agências do banco, felizmente não descambando para intercorrências trágicas.

Não vou tecer considerações sobre o episódio em si - mais uma lambança do governo "dus cumpanhêro" -, mas sobre a imagem sem retoques propiciada, de a quantas anda o assistencialismo desenfreado, vale umas palavrinhas.

Ontem fui a Itaperuna. Entre outras coisas, entrei numa farmácia para comprar goma de nicotina, e conversando com o atendente, que disse conhecer pouco Bom Jesus, ele perguntou sobre "os hospitais daqui".

Num primeiro momento pensei que estava de sacanagem, mas depois entendi que não. Ele realmente tinha ouvido falar, em priscas eras que bem longe vão, de que Bom Jesus possuía três hospitais relativamente bem equipados. 

- Um deles nada ficava a dever ao seu São José do Avaí. Até mesmo gente de Itaperuna ia tratar-se no São Vicente de Paulo, já ouviu esse nome?, perguntei.

- Claro, claro, afirmou. E como está atualmente?

- Só restou meio.

- Como?

- Isso que você ouviu. Dos três que tínhamos, dois acabaram nos ignotos desígnios da fatalidade, e o São Vicente está vai, não vai. 

- Aí fica difícil, não é?

- Difícil? Trágico, você quer dizer...

Depois, já em casa, vendo as imagens e alguns vídeos das multidões desesperadas nos caixas eletrônicos, liguei uma coisa a outra. Não há hospitais, mas um dinheirinho no bolso relativiza isso.

Uma mulher reclamava que os R$ 134 que recebe mensalmente há oito anos são poucos. "Não dá pra comprar uma calça jeans para minha filha!"

Outra: "Fui depositar dinheiro na poupança do meu esposo, aproveitei e fui sacar o bolsa família. Aí, saíram os dois meses!"

O país está cevando uma verdadeira multidão de dependentes do assistencialismo que, claro, rende votos. 

Uma pobre que alimenta 10 filhos no semiárido nordestino, certamente precisa da assistência. Para comer e dar de comer, não para comprar calça jeans, não para possibilitar sobras para guardar na poupança!

Por onde anda o discurso da "porta de saída"? Onde estão as reduções paulatinas da necessidade assistencial? Por onde anda o tal caniço, sobretudo que fim levou a promessa de que ensinariam o povo a "pescar"?

Ao contrário, cada vez mais e mais brasileiros tornam-se dependentes do Estado. Até para comprar calça jeans. Enquanto isso, fecham-se hospitais.

Péssimo negócio! 

Autor: José Henrique Vaillant