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22 de abr. de 2013

Política em Bom Jesus do Norte não dá chance a uma terceira via

Umberto Messias
(acima) e Tadeu
Batista
O modelo político de Bom Jesus do Norte é um pequeno retrato em 3 x 4 da barafunda que assola a questão em todo o Brasil, onde os políticos de forma geral perderam a noção de partidarismo e convicções ideológicas. 

Aqui, como em todo lugar, é um salve-se-quem-puder individual generalizado, com a luta pelo poder se desenvolvendo à margem de programas comuns partidários, até porque os partidos deixaram de existir há muito tempo como agremiações catalisadoras de ideais para se transformarem em meros e burocráticos intermediários entre as urnas e os cargos públicos.


Como em quase todos os pequenos municípios, a política daqui é polarizada em apenas dois grupos: Messias (leia-se Umberto Messias) x Baptista (Tadeu Baptista). 


Quem obtiver a anuência de ambos terá tido meio caminho andado para se eleger prefeito ou garantir uma cadeira na câmara municipal. 

Foi assim quando Umberto e Tadeu (eles próprios) se elegeram ou catapultaram irmão e esposa, respectivamente, à vitória.




Essa ordem estabelecida impede a ascensão de novas lideranças com independência de ação, impedindo a ampliação do leque de proposições que poderiam descortinar novos horizontes para Bom Jesus e dar um molho mais picante nas disputas.


Alternativas para mudanças estruturais que revertam esse quadro há, assim como material humano de boa qualidade para implementá-lo. 

No entanto, os que têm essa possibilidade ainda não perceberam a necessidade de uma mudança conceitual no modo como deveriam encarar a empreitada, unindo-se para formatar uma terceira via com um programa correto, consistente e verossímil, aliado a uma fidelidade de princípios partidários sérios e duradouros. 

Em vez disso procuram a forma mais fácil - e menos meritória - , gravitando na órbita dos dois astros-rei.

As eleições do próximo ano, dado o atual conjunto circunstancial, parecem favoráveis à situação. 

Não bastasse, ao que tudo indica, ter sido aprovada como administradora, Daisy Batista tem ainda a favor a condição de mulher - como contraponto à atmosfera pesada que sempre prevaleceu no “clube do bolinha”-, parece que Messias não projeta grandes apostas em ninguém. 

Talvez forçado a manter uma postura de neutralidade por exercer o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (seria difícil demonstrar imparcialidade na apreciação das contas de um escolhido), o certo é que ele tem se mantido muito à parte, numa discrição quase franciscana.

Como a política é institucionalmente dinâmica (no Brasil, aliás, exageradamente), e ainda não esquentou para valer, tudo é possível. 

 Nada, porém, que não passe necessariamente em primeira instância pelo crivo de Tadeu e Messias. 

Quem quiser se habilitar a caminhar independente em 2004, que comece a pavimentar o seu caminho desde já. 

O maior pecado em qualquer atividade é a falta de planejamento, a improvisação ao sabor das circunstâncias.

Ganhar por um projeto bem elaborado que acene com novas propostas, detonando o marasmo, é mais prazeroso para o eleito e costuma fornecer uma melhor contrapartida para a sociedade.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/1999