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1 de abr. de 2013

Ódio insano


O Brasil recebeu novamente a visita do Papa João Paulo II que, como sempre, teve por objetivo revitalizar a fé e tentar dramaticamente reverter as injustiças que assolam o planeta.

Sua Santidade, mormente ser possuidor de incomensurável dignidade, força moral e habilidade política, tem encontrado mundo afora outro inimigo cruel e de inúmeras facetas, extremamente difícil de ser combatido: o ódio.



Tal e qual determinados tipos de bactérias e vírus, este sentimento pernicioso, intrinsecamente humano, reproduz-se de várias formas e tem a faculdade incomum de dotar-se de criativos mecanismos de autopreservação, que tornam inúteis todas as tentativas de combatê-lo.

Entendê-lo, então, é tarefa das mais complicadas, que nem mesmo os mais renomados sociólogos, psicólogos e antropólogos conseguem explicar convincentemente.

O ódio racial, o ódio político, o religioso, o social, em todas as suas modalidades e diferentes formas e sutilezas é sempre destrutivo e gera-se na ignorância e no egoísmo desenfreado, que parecem ter atingido seu auge em nossa contemporaneidade.

O crescimento inversamente proporcional de sensatez em relação a insanidade, de estadistas em relação a oportunistas políticos, de pastores em relação a vigaristas contribuem para a implementação deste subalterno sentido com toda a virulência que lhe é inerente.

A visita do papa ao nosso país reconfortou-nos das agruras e renovou as esperanças num futuro mais promissor. Com certeza deixou-nos uma valiosa contribuição espiritual que nos permitirá solidarizarmos um pouco mais e fazer fortalecer nossa fé Cristã.

Mas o ódio, esse vilão de toda a história da humanidade, porém disseminado exagerada e gradualmente neste século, persistirá enquanto houver ambientes propícios representados por regimes políticos totalitários, religiões sectárias, desigualdades sociais, amor desregrado pelo efêmero e pelo materialismo!


Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em outubro/1997