O resultado do affair “cassação do prefeito de Bom Jesus/RJ Miguel Motta”, que se mantém incólume no cargo não surpreendeu.
Aliás, deve-se ressaltar a coerência dos vereadores que votaram em seu favor, porque sempre estiveram ao lado do governo (exceto Bill Carlos Manhães, um ex-oposicionista que só recentemente se converteu) e não fizeram como os ratos, os primeiros a abandonarem o navio assim que começa a fazer água.
À parte as discussões técnico/jurídicas sobre o relatório produzido pela Comissão Especial de Inquérito, relatada pelo vereador Samuel Júnior, pareceu-me que a oposição, ainda que em minoria, deu mole.
À parte as discussões técnico/jurídicas sobre o relatório produzido pela Comissão Especial de Inquérito, relatada pelo vereador Samuel Júnior, pareceu-me que a oposição, ainda que em minoria, deu mole.
A começar, entre outras atitudes típicas do mais ingênuo amadorismo, por uma certa ansiedade, um açodamento em produzir fatos que justamente pelo pouco tempo de investigação não se mostraram com a consistência necessária para produzirem um desfecho tão radical como a cassação.
Nunca se viu no Brasil uma investigação em nível parlamentar que tenha começado praticamente em dezembro (um mês não muito propício a trabalho), e já no comecinho de março, ainda com a ressaca do recesso, desponte rijo como o cano de um rifle presumindo credibilidade de mira capaz de tamanha carnificina!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em fevereiro/2005