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4 de mar. de 2013

Viagra; menos leite para mais crianças

Muitos gastam as parcas economias em bebida para afogar suas mágoas pela inapetência. 

Agora certamente os gastos aumentarão pela compra do remédio que os possibilitarão afogar também o ganso. Aí haverá uma contradição: faltará o mesmo leite para mais crianças.


A ser lançada em breve no Brasil, a nova droga que promete acabar com a impotência sexual masculina, e que causou furor nos EUA (cujo sucesso retumbante chegou a influenciar a bolsa de Nova Iorque), é a sensação do momento e tema obrigatório nas conversas de homens - em especial os quarentões do mundo inteiro.

Numa roda de amigos aqui no meu bairro, por exemplo, a conversa ia tão acalorada e recheada de bons augúrios, que alguns mais açodados resolveram fazer brincadeiras com os caracteres do nome do tal remédio, produzindo os acrósticos abaixo. Vejam quão criativos!


Velhos
Infelizes,
Atenção:
Ganhastes
Renovadas
Alegrias!

E esta, aconselhando alguém que esteja tendo um caso..., digamos..., perigoso!

Verifique
Importância
Aprisionar
Gametas,
Reprimindo
Agravantes.

Teve até mesmo um poeta que começou a compor em voz alta sua obra literária, semelhante às de portas de banheiros públicos, especialmente de estações rodoviárias:

Vinha neste mundo tristonho,
Infeliz, sem esperança;
Apareceu a droga, e do sonho,
Guardarei feliz tal lembrança...

Mas antes de o poeta terminar de compor as duas letras restantes, foi interrompido
por um gaiato mais ao fundo, que com uma vozinha em falsete, completou:

Revogue seu sonho, Braguinha,
Agora sua mulher já é minha!


Era só o que faltava. Todos hipnotizados por um remédio! Fernando Henrique deve estar radiante. 


Não que necessite da droga, não sei, mas exceto pelas perspectivas cada dez mais sombrias de o nosso Canarinho conquistar o Penta na França, resta o milagroso Viagra como a única alegria dos brasileiros.

E tal fato não é pouca coisa. Contribuirá para manter as ilusões de um Brasil melhor e mais fecundo (com muito trocadilho, por favor).


Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em maio/1998