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27 de mar. de 2013

Broão; ou, antigamente era perigoso chamar um calçadense de "Broinha"

Quando jovem eu gostava de provocar um calçadense chamando-o de "Broinha" porque isso era considerado pelos menos esportistas um desaforo (falava e corria, é claro).

Hoje, ao contrário, o termo causa até orgulho nesse povo hospitaleiro e apaixonado pela terra que transpira cultura por todos os poros, existindo até um site na Internet com este nome (www.broinha.com.br), que se dedica a divulgar as coisas e a gente do lugar.





E vejam a ironia: um bom-jesuense de quatro costados como eu está no momento provando do próprio veneno das priscas eras que bem longe vão, eis que passa a residir nessa bela e acolhedora cidade de São José do Calçado, isto é, mais um Broinha, que embora não-autêntico considera-se, orgulhoso, como se autêntico fosse.

Minha querida mãe Aurinha sempre salientou que o José do meu nome foi uma homenagem à sua mãe (a inesquecível e saudosa avó Ana), verdadeiramente apaixonada e devota fervorosa de São José. 

E agora, mesmo não sendo religioso na total acepção do termo, desfruto com mais intensidade da paz do santo carpinteiro que emana do seu templo (a Matriz de São José) pertinho de onde moro. 

A felicidade que experimento compartilho com vó Ana, esteja onde estiver. Tenho a nítida impressão que ela teve influência nessa escolha.

A quem interessar possa, não esqueci o velho amor, nem sequer o deixei, muito menos por volubilidade. Necessitei mudar-me de casa e não encontrei lá uma que atendesse aos requisitos, mas continuo amando minha Bom Jesus do Norte com a mesma intensidade, com a mesma volúpia que tem a raiz com a terra fértil e generosa. 

Demais, não se pode dizer que há distância que nos separe, porquanto ainda que esteja no Pólo Norte meu coração estará sempre naqueles ínfimos 89 km² do Sul Capixaba que representam para mim uma vastidão de afeto. Que dirá a apenas 13 reles quilômetros!

De modo que os caríssimos conterrâneos bom-jesuenses podem me chamar à exaustão de Broinha, sem haver a necessidade de correr. Pensando bem, "broão" soaria mais adequado, dado o venerável drama do crescimento lateral, cuja reversão parece ser uma empresa difícil até para o meu Bom José em conluio milagreiro com o seu famoso Filho!

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em março/2004