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27 de mar. de 2013

Bolsas caem, estômagos roncam

É impressionante a fragilidade dos nossos planos econômicos.

À exceção do Real, todos os seus predecessores sucumbiram fragorosamente nas primeiras dificuldades, onde alguns não chegaram a 90 dias de vigência.

O próprio Real, que se mostrava eficaz contra a mais terrível geradora das injustiças sociais - a inflação, já não se sente tão seguro à mercê dos especuladores, as turbulências do momento.

 

Os motivos para essa fragilidade a gente sabe, e sem querer entrar em minudências pode-se resumir, convictamente, que é ocasionada pela negligência dos políticos que tergiversam quando convocados a deliberar sobre as reformas imprescindíveis para a sustentação da estabilidade monetária.

Sem essas reformas, quem tem a obrigação de proteger a moeda contra os especuladores é exatamente - até quando? - os que não a possuem. 


Ou a recessão, a estagnação e o desemprego não atingem somente a população pobre?

A minoria abastada, apesar de também sentir um certo desconforto em relação à sua qualidade de vida não sofre tanto, uma vez que sempre encontra mecanismos de proteção.

Toda vez que um burocrata da economia pega da caneta e rabisca seu jamegão autorizando a elevação dos juros, especialmente um aumento brutal como este mais recente, interfere imediatamente no feijão-com-arroz do pobre. 

E estas intervenções ou outras modalidades ainda mais perversas sempre ocorrerão em economias instáveis à medida da oscilação do bom humor internacional. 

Se Bill Clinton acordar mal disposto, se Hussein resolve brincar de jogos de guerra ou se os tigres asiáticos num belo dia decidirem regredir à infância e virar gatinhos, nosso frágil e incipiente Real sofre as consequências, ou melhor, quem não os tem nem nunca teve.

Acorda, Themer! Acorda, ACM! Acordem todos vocês, políticos, do sono da inércia, da veleidade e da incúria.

Esqueçam por um momento seus interesses pessoais e pensem no Brasil como um todo. 

Consolidem definitivamente nossa economia, protejam-na contra a pirataria, dotem-na de estruturas que a façam segura por si só. 

Feito isto, teremos dado um grande passo no sentido de dificultar, ou mesmo impedir, que um Nahas qualquer possa reduzir ainda mais os já escassos grãos de cereais que ainda conseguem impedir, a duras penas, o roncar dos estômagos de uma considerável parcela dos nossos compatriotas.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em novembro/1997