Titubeante o rapazinho chega ao lar,/
Numa agonia de causar horror profundo,/
Desaba ao chão agonizante, cruel
mundo,/
Se regozija da inocência emboscar./
Embarga a voz da mãe aflita a
contemplar,/
O filho amado, imensa dor calando
fundo,/
Num urro louco que ecoa
num segundo,/
Ao desatino o leva ao colo pra ninar./
Aquelas pedras no caminho condenado,/
Em breve a joia seria do degredado,/
E a mortalha dessa mãe, final dos
planos./
O tenro infante ao exalar o extremo
alento,/
A mãe pungida roga aos Céus, em vão,
lamento:/
“Piedade, Senhor! Meu bebê tem só
dez anos"!/
Autor: José Henrique Vaillant