Os tambores das eleições municipais rugirão pra valer mesmo só no próximo ano, mas o clima da disputa já começa a bafejar uma brisa suave em todos os rincões do país, muito embora a reforma política possa ser votada até setembro, como deseja o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, para poder valer legalmente já em 2016.
Nesse caso, entre outras novidades, pode ser que os mandatos dos atuais prefeitos sejam prorrogados até 2018, com o fim do instituto da reeleição, unificando todas as eleições para todos os cargos num mesmo período, desde vereador até presidente da República. “Quando assumi a Câmara, já no primeiro dia levei ao plenário a admissibilidade da reforma política. Faremos em maio uma semana para votar tudo que diz respeito ao projeto e espero que esteja sancionado até 30 de setembro”, prometeu Cunha.
Isso indica, claro, que a coisa vai esquentar mesmo se essa sincronização não passar, mas é um engano pensar que a possibilidade da reforma arrefece os ânimos. Pré-candidatos já ensaiam discursos, intensificam obras, fomentam intrigas, escolhem inimigos reais ou imaginários, e até já contratam pesquisas para medir o nível de aceitação, de popularidade. Nas câmaras legislativas, quem já está se move com mais desenvoltura para poder continuar, e quem sonha entrar também já ensaia tapinhas nas costas mais efusivos.
Enfim, é hora de começarem todos, prefeitos e vereadores, a mostrarem os feitos, a externarem conceitos, a justificarem falhas, a prometerem os fundos e mundos de praxe.
Relativamente às duas Bom Jesus, aguardam-se informes sobre a construção da terceira ponte numa iniciativa de busca conjunta junto ao Governo Federal, como promessa mais vistosa. Mas parece evidente que o esforço de nada resultará, uma vez mais, desta feita com o componente adicional da crise econômica. Uma reciclada no aspecto urbano de ambas as cidades para disciplinar o trânsito e fornecer um visual mais agradável talvez seja possível, se os respectivos prefeitos eleitos se dispuserem a transpor os umbrais das promessas.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em abril/2015