
O desenho de J.Lima, tem como plano de fundo o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República.
Em primeiro plano, Dilma Roussef aterrorizada pelo "gênio" Chico Anísio, que por conta da crise econômica que o país vem atravessando não sai de uma lâmpada mágica, mas de uma vela.
Ele lembra a uma amedrontada presidente que o PIB pequenino de 2012, e o que se projeta também reduzido para 2013 pode complicar seu projeto de se reeleger nas eleições presidenciais do ano que vem.
O polegar e o indicador de Chico nesta posição ilustravam o bordão famoso "E o salário oh!", que ele pronunciava sempre ao final de uma palhaçada, uma asneira qualquer de seus alunos ignorantes da Escolinha do Professor Raimundo, programa humorístico que o comediante mantinha na Rede Globo.
Ao fundo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, retratado como a personagem de "O Grito". No original do pintor norueguês Edvard Munch, a figura andrógina (que apresenta traços e comportamentos imprecisos) aparece como um ser atormentado, que demonstra estar passando por uma crise de existência.
O verdadeiro "O Grito" (ao lado) é uma obra composta por quatro telas. A mais famosa, de 1893, é tão icônica que foi arrematada na não menos icônica casa de leilões Sotheby's, com sede em Londres, por nada menos de 120 milhões de dólares, a pintura mais cara da história vendida em leilão.
Em tempo: PIB (Produto Interno Bruto) é um dos mais importantes e usuais indicadores a diagnosticar a saúde de uma economia. Ele representa, monetariamente, tudo o que um país, ou uma região, produz em bens e serviços finais, ou seja, o pãozinho, o sapato, o automóvel, a moradia, etc.
Quanto mais baixo for o PIB, menos o país (no caso aqui) produziu, isto é, sua economia vai mal das pernas. Em 2012, o PIB brasileiro foi 0,9%, percentual ridículo comparado com 5 ou 6% que, noto nos debates entre especialistas, parecem ser os números ideais. E para 2013 estes especialistas projetam 2,7%, mais alto que o índice de 2012, mas cerca da metade do ideal.
O fator mais preponderante da variação do PIB é o consumo. Quanto mais a gente compra, mais o PIB sobe. Se compramos menos, ele cai. Isso quer dizer que a coisa não está tão maravilhosa como gosta de propagar o "guvernu dus cumpanhêro"!
Autor: José Henrique Vaillant