TEST

Drop Down MenusCSS Drop Down MenuPure CSS Dropdown Menu

25 de mai. de 2013

Sua máxima culpa. O que você fez hoje em favor de sua cidade e contra os maus políticos, além de reclamar?


Os problemas que atormentam as populações das cidades brasileiras poderiam ser menores não fosse a maneira tímida dessas populações fazerem valer seus direitos. Acostumamo-nos a reclamar muito e agir pouco.

Em outros países cujo povo é menos acomodado, mais exigente, os problemas tendem a ser resolvidos com rapidez, as coisas andam mais céleres porque as populações as empurram com ações cidadãs que transcendem os meros queixumes conformistas.


Os políticos se adaptaram aos reclamos sem os devidos complementos da cobrança implacável, sistemática. Criticamo-los mas eles estão pouco se lixando porque sabem que amanhã esquecemos.

Para boa parte deles, a péssima Saúde, a degradada Educação, as cidades mal conservadas, com ruas sujas e esburacadas não os atingem. 

A nossa carência é o seu fausto; nossas dificuldades, suas facilidades; nossos impostos, suas mordomias, e por mais incrível que pareça, tudo de ruim somado se transforma em votos nas urnas.

Afinal, o que seria dos políticos não fossem as crônicas privações da sociedade, material inesgotável para suas propagandas mentirosas e demagogia barata? É como uma bola de neve; quanto mais demandas, mais votos obtidos com promessas.

Por que eles mudariam esse modo de ser? Para que fornecer Educação de boa qualidade, se com ela viria o esclarecimento, e com este, melhor preparo intelectual em benefício da percepção mais aguda de suas falácias, de seus engodos?

Por que razão as pessoas seriam bem atendidas no quesito Saúde, para mais adiante comprometerem as promessas milagrosas de hospitais e centros de excelência semelhantes aos melhores do mundo?

Para que teriam casas decentes, atendimento social adequado, segurança, esportes, lazer?

Tomemos como exemplo as cidades aqui do ABC Capixaba. Entram gestores, saem gestores, e o cenário pouco muda. Nada sobre nada vezes nada difere. 

Quando se contempla um benefício, por mais esfuziante que seja, ele chegou anos-luz do ponto zero das necessidades, isto é, estão sempre defasadas em tudo.


Criatividade, audácia, arrojo são coisas que não se vê por aqui. Tudo é tão monótono, tão enfadonho, tão igual! Parece que a microrregião foi excluída  do processo da evolução natural das espécies políticas.

Por outro lado, os políticos são seres integrantes de uma coletividade. E como tal não é justo que se debite todos os infortúnios exclusivamente a eles. Eles não são nós? Não foram gerados pelo gigantesco ventre metafórico da sociedade?

Não podemos lamentar se esse ou aquele, essa ou aquela, esteja mais centrado/a nos seus próprios interesses, às benesses que o poder outorga a si e aos seus. Seria diferente se fôssemos nós os beneficiados pelas urnas?, cabe a pergunta desconcertante, o álibi perfeito deles.

É necessária mudança de postura. Dentro dos limites da Lei, tem de haver barulho, movimentos de protestos, atitudes em defesa da cidadania, com fôlego para espraiar-se além fronteiras.

Um posto de saúde abandonado mesmo antes de ser utilizado? Protestem-se ruidosamente, batam-se latas e soprem-se apitos até que um construtor apareça no local;

Um mau atendimento? Retumbem-se coletivamente a indignação;

Um buraco na rua? Coloquem-se nele placa de "comemoração de aniversário", que é um rabo de papel simbólico nos traseiros dos responsáveis;

Uma promessa não cumprida? Encham-se-lhes a paciência com a palavra de ordem “mentiroso/a”.

Um remédio básico que falta? Protestem-se veementemente nas proximidades dos locais de distribuição, ou melhor, de não-distribuição.

E assim por diante.

E quando futuramente couber um cargo público a um não-político hoje, procurar estabelecer coerência e não ser como macarrão (duro só quando fora da panela), intuir que ali está uma dádiva dos céus para que se torne mais trabalhador, mais comprometido com sua terra, mais honesto e mais ético.

Autor: José Henrique Vaillant