Seria muito eu te pedir um pouco,/
do tanto que dás a muitos, levianamente?/
Ou pouco demais eu sou, ou muito louco,/
de muito amar quem me faz pouco, solenemente?/
Sou o muito pouco que te vales, e fico rouco,/
de muito lamento do nada que fazes, asperamente./
Ponha-te um pouco em mim, no arcabouço/
do sobejo do nada, da carência do pouco... é deprimente!/
Pense nisso um pouco, e muito te apiedes/
do muito sofrer de quem pouco te pedes,/
fazendo d´um pouco o meu muito, cruel amada./
Eu me contento com o que está nas Escrituras:/
“O pouco com Deus é muito”, mas amarguras,/
são o muito sem Ele não ser nada!/
Autor: José Henrique Vaillant