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2 de abr. de 2013

Vagabundos e perversos; ou, FHC xinga aposentados, que não deverão renovar-lhe o contrato para o Palácio da Alvorada

Nosso presidente desta vez acertou na mosca! Que vagabundagem!

S. Excia. foi tão enfático, tão coerente, sua exposição de motivos tão justa, que já há quem tenha se convencido de que realmente não passa de um reles vagabundo, e acredita que ter sobrevivido quase meio século unicamente do seu suor, mais que contribuir para o desenvolvimento do país foi um exercício relaxante de prazer e luxúria que o arroz com feijão e taioba propicia.

 

A crise de consciência dessas pessoas é grande, pois entendem, após ouvir as imprecações presidenciais veementes, que ao invés de ficarem vagabundando por aí, poderiam muito bem estar no mercado de trabalho, que é farto e amplo, especialmente para quem já passou dos 40. 




Não se conformam em viver com as bocas em constante frenesi ao sugarem mensalmente as tetas da Previdência abocanhando R$ 130, uma fortuna! Que vergonha!


Esses deserdados da dignidade, numa autocrítica por vagabundarem tanto, emocionam-se ao ver quem realmente trabalha e tira seu sustento de forma honrada. 

A começar por S. Excia., que há quatro ininterruptos anos dedica todo o seu tempo a pajear o Real chocando a reeleição, atividades tão desgastantes que não o permitem sequer um momento de folga, que ele poderia aproveitar para se dedicar a coisas menores como a seca do Nordeste, por exemplo, ou incrementar políticas consistentes de bem-estar para seus súditos e desenvolvimento para seu país.

E...coitado..., sempre ganhou tão pouco! Não admira que, num terrível conflito de consciência, tenha se aposentado aos 38 anos de idade e ainda necessite ralar tanto!

Ainda bem que os aposentados, com consternação, deram-se conta de que além de vagabundos são perversos, por terem dado emprego tão ingrato e indesejável a esse cidadão.

Então prometem rever esta decisão em 3 de outubro, data em que se encerra o contrato, provavelmente não o renovando. 

Assim, passarão de vagabundos a distintos.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em junho/1998