Há pouco tempo foi noticiado o caso da mulher que foi presa, condenada e trancafiada por ter subtraído uma lata de leite em pó de um supermercado carioca, a fim de alimentar o seu filho em adiantado estado de desnutrição.
As cenas descritas acima fazem parte do cotidiano de um povo oprimido, humilhado por não possuir nem mesmo o alimento que lhe garanta a vida, carente de educação, de saúde, de moradia digna.
Carece-lhe o trabalho, que as bestas do apocalipse, travestidas de salvadores da pátria e com “canudos” conseguidos em Oxford, Cambridge e Yale, trataram de surrupiar-lhe.
Carece-lhe a Justiça, pois por viver em guetos e favelas e, sobretudo, por ser pobre, este povo não a pode comprar, vivendo por isso estigmatizado como bandido.
Vivenciamos aqui mesmo em nossa cidade, casos de pessoas honestas, pais de família, serem perseguidos e punidos “exemplarmente”, unicamente por estarem transportando em suas velhas sucatas, mercadorias diversas sem nota fiscal, sendo, por conseguinte, considerados perigosos contrabandistas.
As autoridades, que estão cumprido o seu papel, talvez não o fizessem com tamanho rigor se percebessem que naquela mercadoria apreendida está o sustento de uma família.
Acaso a pátria os oferta opções de trabalho lícito? Sabemos que não! E por que não? Por que não há leitos nos hospitais para os pobres? Por que estes não possuem uma casa própria, não podem frequentar uma universidade e assim renunciando a dignidade e os sonhos?
Não é difícil adivinhar a resposta..., e ela é simples: é porque os recursos necessários estão nos bolsos dos preclaros ratos.
Acaso a pátria os oferta opções de trabalho lícito? Sabemos que não! E por que não? Por que não há leitos nos hospitais para os pobres? Por que estes não possuem uma casa própria, não podem frequentar uma universidade e assim renunciando a dignidade e os sonhos?
Não é difícil adivinhar a resposta..., e ela é simples: é porque os recursos necessários estão nos bolsos dos preclaros ratos.
Vossência, (corruptela de Vossa Excelência), termo muito comum entre eles, sabe que por trás do seu cargo de senador, governador, deputado e prefeito está a certeza da impunidade, garantida pelo corporativismo, o chamado sprit de corps.
Qual abutres esfomeados, mas bem dotados intelectualmente, armam as mais incríveis maracutaias fazendo uso da sua ilimitada criatividade a fim de saciar o voraz instinto selvagem.
Lembram-se dos escândalos coloridos? Da pilhagem no Orçamento? Da rapinagem explícita do caso Sivam e a famosa pasta cor de rosa?
E o que dizer quando vossência alia-se a V. Sa. e Exmo. Sr. para gerir carniça denominada escândalo das empreiteiras, escândalo de bancos falidos, (porém seus donos, individualmente, multimilionários), escândalo da previdência?
E o que dizer quando vossência alia-se a V. Sa. e Exmo. Sr. para gerir carniça denominada escândalo das empreiteiras, escândalo de bancos falidos, (porém seus donos, individualmente, multimilionários), escândalo da previdência?
É um escândalo atrás do outro, e agora, novinho em folha, ainda cheirando a tinta é lançado um novo: o dos Precatórios.
E olha que desta vez extrapolaram. A genialidade maléfica destes facínoras foi além dos limites. Enoja-nos, causa-nos asco quando percebemos que dessa vez tiraram até mesmo a merenda das crianças alagoanas, pernambucanas e catarinenses.
Sim, isso mesmo, roubaram a merenda. Rasparam definitivamente os cofres destes estados que já estavam falidos, e que agora têm mais uma conta a pagar, bastante salgada, fruto da velhacaria desses pilantras de colarinho branco, e que, consequentemente, terá de ser tirada da boca das crianças, do bolso dos professores, médicos, polícia e demais funcionários públicos, cujos salários serão mais uma vez atrasados e até mesmo caloteados.
A indignação torna-se maior quando sabemos que estes balofos seres alienígenas usam o raro dinheiro do povo para poder manter suas aeronaves ricamente decoradas e suas mansões cinematográficas, onde, em suas luxuosas varandas, dando vistas para suas piscinas olímpicas e cascatas artificiais, acompanhados de belas mulheres e com um sorriso cínico nos lábios, sorvem, em recipientes folheados a ouro o nosso sangue!
E não venham me dizer que pelo menos um, unzinho, foi preso. Na verdade, PC Farias não o foi, porque seus poucos dias de chamada reclusão foram, na verdade, quase que num hotel cinco estrelas, tamanhas eram as mordomias que o mesmo desfrutava, tendo passado seu último dia de vida, inclusive, numa belíssima mansão ao lado de uma atraente mulher.
Preclaros ratos. Agora que vocês foram desmascarados, por que não se atiram no primeiro esgoto que virem pela frente? Poupem-nos, ad eternum, de contemplarmos suas macabras figuras, pois temos repugnância a elas.
Preclaros ratos. Agora que vocês foram desmascarados, por que não se atiram no primeiro esgoto que virem pela frente? Poupem-nos, ad eternum, de contemplarmos suas macabras figuras, pois temos repugnância a elas.
Levem consigo os banqueiros que fizeram parte de sua quadrilha e demais pilantras da sua laia.
E que os céus continuem a iluminar a parte boa das nossas instituições democráticas, para que possamos dar continuidade nesta difícil tarefa de passar o Brasil a limpo, para que um dia não vejamos mais uma mãe presa por tentar alimentar de alguma forma o seu filho faminto, vez que os recursos para o seu sustento foram pilhados por estes seres expelidos do ventre tenebroso de um velho castelo da Pensylvânia!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em fevereiro/1997