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6 de abr. de 2013

O último dos Moicanos

O provérbio chinês "sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas cai como uma luva em Pedro Teixeira.

Escritor e historiador calçadense, é talvez o último dos Moicanos de sua geração a lidar com tema tão exigente de pesquisa documental, determinismo, seriedade, credibilidade.

Suas mãos são impregnadas pelo perfume das flores, que nos ofertam sob a forma da valorização do passado, e do registro o mais fidedigno dos atos, fatos e das coisas pretéritas.





Em livros onde o tato não faz sentir o papel inanimado, mas algo muito vivo e palpitante, suas mãos tecem sempre palavras de fácil entendimento, frases simples, com objetividade cirúrgica.


Ler Pedro Teixeira tem se tornado para mim, e certamente
para todos os que são seduzidos pelas origens, motivo de enleio.


Como disse 0 presidente da Sociedade Pro-Apiacá, Carlos
Alberto Silveira Rangel, que prefaciou seu último trabalho
“Apiaca - a história de um povo e sua terra capixaba”,
Pedro não se deixa levar pela tentação de parecer erudito
para impressionar 0 leitor, preferindo usar uma linguagem
clara, de fácil entendimento, o que empresta ainda mais
credibilidade às suas obras.

Notável é 0 trabalho de pesquisa, sua perseverança nos
projetos, a paciência na garimpagem dos papéis amarelecidos que o ajudam a recompor o passado, como se vê nas páginas desse “Apiacá...”; no “A saga de uma raça capixaba”; em “Nossa terra, nossa gente, nossa historia"; “O último  carro de boi da Vila do Calçado", entre outros já publicados, assim como se verá no “Memorial histórico e político das duas Bom Jesus”, em “Nossa terra II" e mais alguns na cabeça, ratificando o seu delírio criador.

A seleta de fragmentos, ao se transformam em compêndios, nos oferece referências cronológicas completas e qualitativas, com começo, meio e fim, um puzzle complexo que exige do autor prolífico muita tenacidade e amor pelo que faz.

Pedro Teixeira, a exemplo de Hawkeye, que lutou bravamente pelos princípios da tribo Moicana, também luta para que os seus possam conhecer melhor a própria identidade, e assim atribuir-lhe o justo valor, que é maior do que se pensa. 


Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em julho/2001