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12 de abr. de 2013

O Natal existe. Muita gente é triste. E no mundo nem sempre há amor!

A cada ano me distancio mais do chamado espírito do Natal e mais me repugna as comemorações de fim de ano.

Quão infausta é a perda da ilusão e a noção mais acentuada da realidade!

Não vejo o que comemorar. Para começar, todos sabem mas poucos se lembram do motivo principal das pomposas solenidades natalinas.


Entendo os festejos principalmente num mundo de alucinações e delírios como o nosso não como uma singeleza ao Menino Deus, mas uma afronta, uma heresia, uma blasfêmia.


Mesmo com Sua infinita misericórdia e tolerância Ele há de repudiar veementemente os convescotes de dissimulação e desfaçatez, onde o que mais conta são os prazeres mundanos (em especial os do ócio e os da gula) e a exacerbação do egoísmo no seu mais alto grau. 


Que me perdoem as exceções nas quais não me incluo porque fui também cooptado pela sanha mercantil e hedonista; empanturro-me de sólidos e líquidos pouco me lixando para os outros, os milhares, os milhões de estômagos vazios e corações desesperançados. 

Os sapatinhos nas minhas janelas capitulam vergados ao peso de pacotes adornados sedutoramente, sem comover-me as janelas que não têm os seus calçados porque os pés andam descalços. 

Dou vivas a Jesus à meia-noite, e à meia-noite e um, Dele me esqueço retomando o ritmo normal que com certeza é motivo de enorme frustração e tristeza ao milenarmente célebre Aniversariante.

Este é meu ato de contrição: nada de espumantes ou destilados, animais, frutas ou rapapés. 

Apenas um silencioso e contido parabéns, eis que por existirem as flores com os seus perfumes, continuo acreditando em Deus e em Seu Filho, ainda que com a mente impregnada com cada sílaba, cada letra desta frase que alguém teria dito no estupor do assombro: “Se existe Bin Laden, Deus não pode existir”. 

Nos veremos em 2002, amável leitor, graciosa leitora. E espero chegar ao final dele legitimado a levantar uma taça sem grilos de consciência. 

Vou tentar!

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em dezembro/2001