Ensimesmado, misantrópico fui ficando,/
ao ver dos homens, a Deus, a felonia,/
com a centelha da Fé se apagando,/
a Suas leis se decompondo na heresia./
Resistir?, quem há de, mal fustigando.../
No flanco aberto do egoísmo e hipocrisia,/
só nos restando, eu mais eu, voltarmos quando/
do cataclismo libertário da magia./
Agora sei porque os sentidos dizem: “corra”/
do labirinto destes tempos delirantes,/
da besta ao trono, que escarnece numa zorra./
Ao dédalo vil eu desabafo, então: “MASMORRA!”/
E ele responde, com ecos torturantes,/
o seu maior desejo: “MORRA, MORRA, MORRA”./
Autor: José Henrique Vaillant