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29 de abr. de 2013

Império do mal e dos maus; ou, a bandidagem comum inspira-se na bandidagem política, barbarizando geral. E não levantamos o traseiro do sofá!

O brasileiro está anestesiado com os desmandos políticos que se sucedem numa recorrência vertiginosa! O povo parece já não ter forças para reagir, submete-se languidamente como um pobre coelho diante de uma serpente.

É como se estivesse drogado, sem capacidade de articular mobilização, de gritar um sonoro CHEGA.


Apenas aqui e ali algumas vozes clamam atitudes contra tanto vilipêndio, censurando com a voz do civismo machucado, tamanha apatia e acomodação. 

Roubam zilhões de dinheiro público, mentem, extorquem, humilham a nação sob as suas barbas e parece que tanto faz como tanto fez. Nada o desperta deste pesadelo! 

Como pode, com trovoadas ribombando de formas tão ameaçadoras?

Absolvições criminosas de culpados no Congresso, parlamentares envolvidos até o pescoço com a corrupção, escarnecendo de nós com suas danças e suas mentiras deslavadas e fica tudo por isso mesmo! 

Foi para isso que colocamos nós, o povo, no poder? 

Continuaremos a nos calar ante a sonegação, os descalabros, à violência, às pessoas morrendo nas filas dos hospitais, à falta de verbas para a educação de nossos filhos? 

Quem somos, afinal? Um bando de zumbis?
 
Nunca a imprensa foi tão atuante, tão incisiva, tão competente. Mas a gente lê as notícias e reage como se estivesse lendo o horóscopo. O máximo que nos permitimos é um muxoxo, como se as previsões do zodíaco não foram boas. 

Essa reação é como um referendo de aprovação aos dirigentes ladrões e ineptos, que se aproveitam deste nosso estado de lassidão para roubarem não apenas nossas riquezas, mas fazendo-o de tal forma que levam de contrapeso nossa dignidade e amor-próprio.

Seguem os outros marginais uma lógica desconcertante para justificarem suas ações: se políticos roubam e nada lhes acontece; 

Se 39 ladrões ajudavam a (des)governar o país, como enumerou o Procurador-Geral da República; 

Se um brasileiro abonado mata friamente a namorada, de forma premeditada, confessa o crime e pega 19 anos mas está em liberdade, por quê, ora bolas, não podem ter privilégios iguais quando eventualmente cometem crimes até mais “suaves”, em vez de se obrigarem a mofar com mais 200 meliantes num xadrez de capacidade para 50? 

Os maniqueístas de plantão, à direita, exigem leis severas, radicalização, quase uma Lei de Talião, aquela do olho por olho, dente por dente. 

Os à esquerda dizem que a questão é a tal desigualdade social, debitando a criminalidade às pessoas carentes. 

Falsos. Ambos. 

O que resolve é punição, a começar pelo vértice da pirâmide.

Leis duras e punição severa. Judiciário autônomo não da boca pra fora. Estado capaz de impor o devido castigo desde o presidente da República até ao mais humilde cidadão, ficando definitivamente entendido que todo aquele que tem a prerrogativa de punir e não o faz é cúmplice da criminalidade no mínimo por omissão.

Não podemos sucumbir ao mundo da fantasia, dissociados da realidade. Em condições críticas, como a barbárie de São Paulo, não existe outra opção que não a reação dura. 

Não se pode oferecer flores para bandidos desse gênero inumano. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata policiais e outras pessoas inocentes de forma deliberada, no desatino da maldade. 

É ridículo afirmar que a Educação faria um animal que pratica tamanha sandice se tornar um ser que atravessa velhinhas nos semáforos. 

A punição passa a anos-luz de dar TV e outras regalias para esses bandidos. Antes ao contrário, cárcere escuro, frio, dividido com as ratazanas, digno das bestas.

Em lugares em que a violência foi controlada não foi afagando criminosos; os métodos passaram ao largo dessas receitinhas de quem vive nas portas dos xadrezes babando os presos. 

Em Nova Iorque, por exemplo, os cidadãos de bem é que permanecem com suas armas. Os bandidos, não. Aqui é o contrário. 

Lá não há acordo com bandidos, como também a lei encarcera quem rouba dinheiro público. 

Punição é a palavra-chave. 

E a população brasileira precisa tirar os traseiros do sofá e bradar por ela, a punição, com P maiúsculo, a plenos pulmões. 

Não há alternativas com os governos ineptos que se sucedem para horror do Brasil e do seu povo hipnotizado!

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em maio/2006