“Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes, embuçado nos céus?”
O fatídico 11 de setembro jamais será esquecido, no qual tivemos a forte impressão de termos sido definitivamente desprezados pela Potestade.
Será por todo o sempre, sem hiatos precedentes nem pósteros o capítulo mais tenebroso da história da humanidade.
O furor do ódio materializado no paroxismo da insensatez e da loucura ficará impregnado nos recônditos mais longínquos deste nosso Planeta, que de um azul vistoso transformou-se rubro pelo mar de sangue de dezenas de milhares de inocentes, e da vergonha perante o Universo.
Foi uma tragédia largamente anunciada pelas injustiças sociais e divergências inconciliáveis que nos assolam.
Foi uma tragédia largamente anunciada pelas injustiças sociais e divergências inconciliáveis que nos assolam.
E outras virão porque chegamos a um tal nível de intolerância que qualquer gota transborda e causa efeitos devastadores, inacreditáveis.
O fanatismo religioso, o preconceito racial, as diferenças políticas aquecem-se de forma incontrolável e chegam com facilidade ao ponto de ebulição.
Tal e qual determinados tipos de bactérias e vírus, o ódio, este sentimento pernicioso, intrinsecamente humano, reproduz-se de várias formas e tem a faculdade incomum de dotar-se de criativos mecanismos de autopreservação, que tornam inúteis todas as tentativas de combatê-lo.
E quando a ele se une inteligência, ousadia e o desprezo à própria vida, tudo parece irremediavelmente perdido.
O ódio racial, o ódio político, o religioso, o social, em todas as suas modalidades e diferentes formas e sutilezas é sempre mais destrutivo e gera-se na ignorância e no egoísmo desenfreado, que parecem ter atingido o ápice em nossa contemporaneidade.
O ódio racial, o ódio político, o religioso, o social, em todas as suas modalidades e diferentes formas e sutilezas é sempre mais destrutivo e gera-se na ignorância e no egoísmo desenfreado, que parecem ter atingido o ápice em nossa contemporaneidade.
O crescimento inversamente proporcional de sensatez em relação a insanidade, de estadistas em relação a oportunistas políticos, de pastores em relação a vigaristas contribuem para a implementação deste subalterno sentido com toda a virulência que lhe é inerente.
A carnificina de Nova Iorque não supera em números absolutos as das grandes guerras e outros holocaustos humanos.
A carnificina de Nova Iorque não supera em números absolutos as das grandes guerras e outros holocaustos humanos.
Mas com certeza será lembrada como a mais chocante de todos os tempos pela desvairada devastação num único dia!
E dela fica tão-somente a esperança de que não seja o início do fim, e para tanto façamos nossas as palavras do poeta:
“Não basta inda de dor, ó Deus terrível?! É, pois, teu peito eterno, inexaurível de vingança e rancor?”.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/2001