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2 de mar. de 2013

Viagra carabuçuense; Ou, mantenha o seu bilau lépido e faceiro

Amável leitor, graciosa leitora. Fiquei sabendo de uma coisa muito interessante: 

Em Carabuçu (distrito de Bom Jesus/RJ) um cidadão descobriu o Viagra natural muito antes de a gigante multinacional Pfizer descobrir a química que só deixa na horizontal a ferramenta de quem anda desapercebido de grana. 

Ah, antes de continuar, uma aulinha grátis de Português que eu, por minha vez, aprendi com o Aurélio. 


"Desapercebido", diferentemente de "despercebido", significa desprovido, desprevenido. 

Então, fique esperto/a. Quando bater aquela vontade grande de mostrar erudição, por favor, gente, nada disso, ó: - você viu aquilo? - não, me passou desapercebido.

Retomando: antes que aquilo do parceiro passe despercebido, e se vocês estiverem desapercebidos de money que é good não have para comprarem um viagrinha químico básico, mantenha seu pássaro de estimação plenamente na vertical fazendo como o "cientista" Zezinho, de Carabuçu, que tem nome fictício mas juram de mãos postas que sua descoberta foi de verdade. 

Não sei. Me contaram assim: 

Zezinho passava por uma fase, digamos..., de indiferença, andava meio inapetente, não estava comparecendo junto à patroa com a mesma disposição.

Tinha dias que a coisa não dava o menor sinal de vida. Ele até monologava com o dito-cujo, que estava mais parecendo "de cujus":

- Você fica dependurado aí sem fazer lhufas, balançando pra lá e pra cá..., e nada de líquido vermelho nas cavernas? Nem ao menos um filetinho? 

Não me envergonhe, pelo amor de Deus!

Mas a cada dia mais envergonhado, com o dever de casa se tornando um suplício, e já desconfiado de que a patroa, com os nervos à flor da pele, estava ´costurando pra fora´, mandando o nome dele pro SPC (Serviço de Proteção ao Corno), Zezinho, amuado, foi para o terreiro da casa pensando que a vida já não fazia sentido, quando reparou que o galo também estava igual a ele; n
ão chegava junto às penosas. 

Mas curioso é que ele percebeu também que as galinhas não estavam nem aí, ficavam cacarejando saltitantes o dia todo, frenéticas, felizes como lambaris de sanga, botando ovos e mais ovos, um pouco menores, bem verdade, mas com disposição redobrada e a intervalos cada vez mais curtos.

Intrigado, passou a observar mais e matou a charada: 


O motivo daquela algazarra de felicidade era o seu garnisé, um espécime que, a despeito dos 20 cm de envergadura, dava conta do próprio harém e ainda quebrava o galho do ex-rival, botando moral no terreiro ao sossegar o facho também das galináceas maiores (nada que um pequenino voo não resolvesse, na ausência de algo para ajudá-lo a subir). 

Enquanto o garnisé ´traçava´ 15, 20, o garbo decadente mal aguentava com uma. 

E foi aí que Zezinho, já no desespero, teve a ideia de comer galo garnisé, pedindo para a patroa preparar com inhame roxo. 

Uns 30 dias nesta dieta, percebeu ele que a coisa deu uma melhorada, mas ainda estava longe dos tempos gloriosos.

Passou então a comer apenas a moela de garnisé, e a coisa melhorou um pouco mais. 

Empolgado, multiplicou a produção dos nanicos e resolveu produzir suco de moela, que tomava aos litros. 

Ah, pra quê! Virou um garanhão, a ponto de a patroa reclamar do exagero: 

- São duas da manhã, Zezinho, apaga esse fogo; cinco numa noite..., ninguém merece!

Ah. E quem não gostou nada disso foi o cliente das ´costuras´, que não mais recebeu as encomendas solicitadas. 


O nome do Zezinho foi reabilitado no SPC, e nesta altura ele tinha pago todas as dívidas e ainda se fazia credor!

Já pensaram se a moda pega? O que tem de patroas à beira de um ataque de nervos por aí..., e o que tem de homens desapercebidos..., vai ser preciso acionar a Sociedade Protetora dos Animais para evitar a extinção do garnisé!

PS. Não confundam carabuçuense com... Hummm..., essa foi de mau gosto... 


Hoje estou tão obsceno...

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/2008