Aqui nas duas Bom Jesus mesmo, incrível como as cidades e seu povo são tão estimados, tão valorizados, tão..., amados!
E não nos deixam esquecer isso!
Uma profusão de mensagens escritas e berradas nos lembra o dia inteiro que somos as pessoas mais queridas do Planeta.
Marqueteiros de variados tons e matizes viajaram tanto nas asas da imaginação por conta de tão grandiosa estima, que elegeram o amor e o coração como símbolos daquela que é, sem dúvida, a campanha mais criativa (com muita ironia, por favor) de todos os tempos.
Marqueteiros de variados tons e matizes viajaram tanto nas asas da imaginação por conta de tão grandiosa estima, que elegeram o amor e o coração como símbolos daquela que é, sem dúvida, a campanha mais criativa (com muita ironia, por favor) de todos os tempos.
É coração pra lá, coração pra cá, coração nos folhetos, corações estilizados de variadíssimas formas, corações pequenos, médios e grandes...
Aguenta, coração!
Aguenta, coração!
Se uma fatia ínfima dos políticos que falam tanto de amor nesta época pudesse demonstrá-lo na prática depois que conquistasse suas cadeiras no Executivo e no Legislativo..., toda a população teria motivos para amar de forma ardorosa sua cidade (aí, sim, literalmente).
E por falar em criatividade, não acham vocês, amável leitor, graciosa leitora, que é brilhante, realmente supimpa associar cardiologia com coração?
Quão perspicaz, quão engenhosa (com extrema ironia, please) a tirada de quem realizou a campanha daquele cardiologista ex-deputado fluminense que esteve, ou está, não sei bem, "no coração de Bom Jesus", com a letra "o" representada na frase por..., imaginem o quê? Tchan, tchan, tchan, tchan...
Quão perspicaz, quão engenhosa (com extrema ironia, please) a tirada de quem realizou a campanha daquele cardiologista ex-deputado fluminense que esteve, ou está, não sei bem, "no coração de Bom Jesus", com a letra "o" representada na frase por..., imaginem o quê? Tchan, tchan, tchan, tchan...
Ou quem bolou a do cardiologista candidato em Bom Jesus do Norte, que sabem aonde se encontra diuturnamente?
Isso mesmo: no coração do povo!
Esses dois vangloriosos, pelo menos, não dizem tanto que amam. Insinuam que nós é que os amamos.
Isso mesmo: no coração do povo!
Esses dois vangloriosos, pelo menos, não dizem tanto que amam. Insinuam que nós é que os amamos.
Menos mal que nas campanhas políticas, as especialidades médicas não precisam ser obrigatoriamente agregadas para fins de propaganda.
Caso contrário, já pensou se tivéssemos um candidato legista? (No cadáver de Bom Jesus; que poético!).
Ou um ginecologista? Ou um proctologista?
Programas objetivos de governo, projetos inteligentes para as cidades, identificação dos problemas do lugar, convencimento e mobilização ao debate plural para o encontro de alternativas, de soluções, ah, isso não.
Coisas tão "secundárias" já estão devidamente solucionadas simplesmente porque os políticos amam.
O amor é a panacéia que pode tudo, inclusive subtrair a capacidade de raciocínio, de dar tratos à bola, coisa extenuante, arf.
Afinal, para que são necessários pensadores se temos tantos amantes?
Voltando a falar de criatividade, de cultura mesmo, se candidatos a cargos majoritários projetam campanhas tão "talentosas", imaginem os que almejam as sedutoras nove cadeiras da Câmara de Vereadores!
O amor é a panacéia que pode tudo, inclusive subtrair a capacidade de raciocínio, de dar tratos à bola, coisa extenuante, arf.
Afinal, para que são necessários pensadores se temos tantos amantes?
Voltando a falar de criatividade, de cultura mesmo, se candidatos a cargos majoritários projetam campanhas tão "talentosas", imaginem os que almejam as sedutoras nove cadeiras da Câmara de Vereadores!
Promovem um verdadeiro concerto de música, numa mistura de ritmos e de estilo tão rica que se um ET por acaso aterrissasse nas cidades nesta época, ficaria mais enternecido do que aqueles antenados do Spielberg.
Veja que tem até um candidato à vereança que se aproveitou da melodia de uma composição verdadeiramente edificante, exemplar principalmente para nossos jovens (intensa ironia, por obséquio), cujo refrão estimula o uso do álcool, um dos cancros da sociedade contemporânea:
- Beber, cair, levantar.../ beber, cair, levantar/beber, cair, levantar...
Não é arrebatadora, de comover as almas mais insensíveis de Bom Jesus do Norte?
A criação é tão fecunda nestes nossos pequenos lugares que eu também fiquei contagiado.
A toda a hora me surpreendo cantando baixinho a Valsa da Despedida, de Roberto Burns, naquela famosa versão de Alberto Ribeiro e Braguinha. Lembram-se?
- Adeus, amor, eu vou partir...
- Beber, cair, levantar.../ beber, cair, levantar/beber, cair, levantar...
Não é arrebatadora, de comover as almas mais insensíveis de Bom Jesus do Norte?
A criação é tão fecunda nestes nossos pequenos lugares que eu também fiquei contagiado.
A toda a hora me surpreendo cantando baixinho a Valsa da Despedida, de Roberto Burns, naquela famosa versão de Alberto Ribeiro e Braguinha. Lembram-se?
- Adeus, amor, eu vou partir...
A lamentar não apenas minha voz desafinada, mas sobretudo a impossibilidade de conjugar o verbo na prática.
A gente até cansa de ver sua cidade tão amada!
A gente até cansa de ver sua cidade tão amada!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/2008