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30 de mar. de 2013

Unidade fragmentada; ou, o político que se vende é aquele que o compra

“O político que se vende é aquele que te compra”.

Esta frase, vista num para-choque de caminhão, traduz uma verdade.

Com efeito, os adeptos da distribuição das benesses eleitoreiros, aqueles que “compram” o eleitor com favores os mais variados, certamente não fazem às próprias expensas, e a torpeza desses procedimentos reside no fato de que as pessoas acabam pagando a conta, de uma ou outra forma -com juros extorsivos, pois a recuperação dos “investimentos” normalmente é à custa do seu emprego, da sua saúde, da sua educação, da sua dignidade, enfim.




Por outro lado há, sem dúvida, os políticos que compram, sim, não no sentido pejorativo, não na oferta de agrados ou favores rapidamente transitórios e de efêmera valia, mas com ideias, com planos, com sabedoria e sincera vocação de bem servir ao país.


O diabo é que está difícil identificá-los. O modelo político que aí está prostituiu-se a tal ponto que levou de roldão a capacidade de discernimento do eleitor. 

De há muito que partidos deixaram de ter programas ou ideologias para se dedicarem quase que exclusivamente a finórios balcões de negócios, com o entra-e-sai de filiados ao sabor de interesses estritamente pessoais. 

As agremiações partidárias, ao se desmoralizarem desta forma, perderam a credibilidade de respaldar nomes, nivelando por baixo todos os candidatos que, num verdadeiro salve-se-quem-puder individualista enfatizam suas qualidades pessoais que soam ao eleitor como demagógicas e falsas, numa interpretação coletiva às vezes injusta e que só faz realimentar o círculo vicioso. 

Esta situação persistirá até o momento em que a prática do exercício da democracia possibilite aos brasileiros acertarem intuitivamente, escolhendo aqueles que possam reverter esse quadro caótico, contraproducente e danoso aos interesses do Brasil, e oxalá possamos contemplar o primeiro passo emergir das urnas este ano.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/1998