Quatro paredes, uma cama e os ideais,/
Eram o palco de um amor em torvelinho,/
No ranchinho da tapera, os madrigais,/
Rompiam noites devagar e de mansinho./
Quatro paredes, uma cama, nada mais,/
Eram só o que consistia nosso ninho,/
Onde em ritmos e loucuras saturnais,/
Almas fundiam-se no ápice do carinho./
Quatro paredes, uma cama, eis que então,/
Um intruso invade a choça, de roldão,/
Exigindo seu espaço no cantinho./
E como quem nada queria, mas querendo,/
Alterou o ambiente, que ficou sendo,/
Quatro paredes, uma cama e um bercinho!/
Autor: José Henrique Vaillant