Não tens forma, nem silhueta, mas em verdade,/
Existe. E eu te encontrarei, por lealdade,/
A uma alma que quer deixar de ser sombria!/
E quando essa hora chegar, ainda que tardia,/
Dos céus há de descer, pelas mãos da potestade,/
Os augúrios a uma vida intensa, com dignidade,/
Isso eu sempre disse a todos, isso eu sempre me dizia./
E o meu caso, então, terá outro matiz,/
Diferente do bom poeta que escreveu, disseram,/
Os versos tristes pelos quais nos diz:/
“Triste de quem como eu vê que, infeliz,/
teve todas aquelas que o quiseram,/
mas nunca teve aquela que ele quis!”/
Autor: José Henrique Vaillant