Nas proximidades do Supermercado 5 Irmãos, em Bom Jesus/ES, insistem em deixar como mão-dupla um trecho que na largura mal comporta um ônibus.
Acontece que os ônibus teimam passar por ali, e quando encontram-se com um caminhão, ficam como aqueles brutamontes em comercial de luta-livre, um olhando com cara de mau para o outro sem arredarem pé.
O busilis ali é de causar vergonha pela mentalidade retrógrada, pela inércia ou incompetência do poder público nesta e noutras gestões.
Não só veículos grandes se incompatibilizam. A fim de complementar o quadro caótico, o retoque na estética do absurdo, estacionam-se a qualquer hora veículos grandes e pequenos ao longo da via, tornando o local mão única no peito e na raça.
Os "homi" parecem apostar que um dia os veículos terrestres serão equipados com asas.
DEMARCAÇÃO DE VAGAS AO BEL-PRAZER
Uma certa parcela do comércio que produz riqueza, gera divisas e dá emprego traz também o efeito colateral da arbitrariedade, principalmente alguns mais importantes como supermercados e lojas de eletrodomésticos.
Os cones exasperantes que demarcam vagas para uso particular em local público são os que mais irritam porque sugerem transigência com o poder repressor.
Tal e qual o entulho repressor da república dos generais, que demarcava imediações de bancos como área de segurança (alguém pode dizer para quê?), alguns comerciantes avocaram unilateralmente e conquistaram na marra o mesmo "direito".
Alguns deles ignoram solenemente não apenas o Código de Posturas Municipais, mas inclusive a prerrogativa do ir e vir das pessoas, usando as calçadas como extensão de seus negócios.
Querem vagas para os clientes? Comprem imóveis e as construam, esses espertalhões.
Querem vagas para os clientes? Comprem imóveis e as construam, esses espertalhões.
A petulância de alguns pela certeza da impunidade e ausência de autoridade repressora gera situações surrealistas e tonifica o desagradável clima de provincianismo e de atraso.
Ruas de tráfego intenso são transformadas em canteiros de obras em pleno horário comercial; caixotes horrorosos que garantem vaga de estacionamento particular em vias públicas substituem os cones em frente a alguns pequenos estabelecimentos; engradados tomam conta de calçadas; veículos de duas ou quatro rodas, idem.
SINHÔ DOTÔ
SINHÔ DOTÔ
Curioso observar como proliferam as placas de "carga e descarga", onde não se pode parar de jeito nenhum, e as que são um pouco menos radicais, ofertando um fiapo de generosidade ao permitir parada por 10 minutos.
Confesso estar encafifado de como controlam o tempo.
Qualquer dia vou parar 11 minutos e ver o que acontece.
Depois, 15, 20, até um dia inteiro.
Como procuro não desrespeitar as leis e os regulamentos, só estacionarei sob as plaquinhas marotas, ilegítimas aos escaninhos do órgão de trânsito.
Vaga especial para juiz, promotor, vereador, prefeito, etc., etc., etc., por quê?
Vaga especial para juiz, promotor, vereador, prefeito, etc., etc., etc., por quê?
Todos não são iguais perante a lei?
Que cada qual enfrente os mesmos percalços para encontrar a santa vaguinha de cada dia, ora essa.
Será que nunca nos livraremos do ranço autoritário do sinhô dotô é qui manda?
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em julho/2010