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14 de abr. de 2013

De trânsito, transigência e transgressões; ou, em Bom Jesus, agarre também sua vaga particular antes que um aventureiro o faça

ESTÉTICA DO ABSURDO

Nas proximidades do Supermercado 5 Irmãos, em Bom Jesus/ES, insistem em deixar como mão-dupla um trecho que na largura mal comporta um ônibus.

Acontece que os ônibus teimam passar por ali, e quando encontram-se com um caminhão, ficam como aqueles brutamontes em comercial de luta-livre, um olhando com cara de mau para o outro sem arredarem pé.


O busilis ali é de causar vergonha pela mentalidade retrógrada, pela inércia ou incompetência do poder público nesta e noutras gestões.



Não só veículos grandes se incompatibilizam. A fim de complementar o quadro caótico, o retoque na estética do absurdo, estacionam-se a qualquer hora veículos grandes e pequenos ao longo da via, tornando o local mão única no peito e na raça. 


Os "homi" parecem apostar que um dia os veículos terrestres serão equipados com asas.

DEMARCAÇÃO DE VAGAS AO BEL-PRAZER


Uma certa parcela do comércio que produz riqueza, gera divisas e dá emprego traz também o efeito colateral da arbitrariedade, principalmente alguns mais importantes como supermercados e lojas de eletrodomésticos. 

Os cones exasperantes que demarcam vagas para uso particular em local público são os que mais irritam porque sugerem transigência com o poder repressor. 

Tal e qual o entulho repressor da república dos generais, que demarcava imediações de bancos como área de segurança (alguém pode dizer para quê?), alguns comerciantes avocaram unilateralmente e conquistaram na marra o mesmo "direito". 

Alguns deles ignoram solenemente não apenas o Código de Posturas Municipais, mas inclusive a prerrogativa do ir e vir das pessoas, usando as calçadas como extensão de seus negócios. 

Querem vagas para os clientes? Comprem imóveis e as construam, esses espertalhões. 

A petulância de alguns pela certeza da impunidade e ausência de autoridade repressora gera situações surrealistas e tonifica o desagradável clima de provincianismo e de atraso. 

Ruas de tráfego intenso são transformadas em canteiros de obras em pleno horário comercial; caixotes horrorosos que garantem vaga de estacionamento particular em vias públicas substituem os cones em frente a alguns pequenos estabelecimentos; engradados tomam conta de calçadas; veículos de duas ou quatro rodas, idem. 

SINHÔ DOTÔ

Curioso observar como proliferam as placas de "carga e descarga", onde não se pode parar de jeito nenhum, e as que são um pouco menos radicais, ofertando um fiapo de generosidade ao permitir parada por 10 minutos. 

Confesso estar encafifado de como controlam o tempo. 

Qualquer dia vou parar 11 minutos e ver o que acontece. 

Depois, 15, 20, até um dia inteiro. 

Como procuro não desrespeitar as leis e os regulamentos, só estacionarei sob as plaquinhas marotas, ilegítimas aos escaninhos do órgão de trânsito.
Vaga especial para juiz, promotor, vereador, prefeito, etc., etc., etc., por quê? 

Todos não são iguais perante a lei? 

Que cada qual enfrente os mesmos percalços para encontrar a santa vaguinha de cada dia, ora essa. 

Será que nunca nos livraremos do ranço autoritário do sinhô dotô é qui manda?

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em julho/2010