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13 de abr. de 2013

Curtíssimas: Paternalismo

Cestas básicas, extração de dentes, remédios, sacos de cimento, dentaduras e até ataúdes (com seus respectivos 7 palmos e meio). 
Estas e outras benesses que rendem votos são distribuídas pelos governantes às pessoas carentes, o que, dentro da falta de perspectivas e condições dessas pessoas constitui-se um mal necessário.
Digo "mal" porque entendo que o ideal seria que todos tivessem condições de prover o sustento por si sós, num país onde houvesse emprego abundante e seu povo boa saúde e boa educação. 


Este paternalismo tupiniquim, com enfoques quase sempre eleitoreiros, é a azeitona que faltava no pastel dos indolentes.

É o substitutivo da determinação e do esforço próprio; perverso porque neutraliza a capacidade de indignação; falso porque transveste-se de generoso para alcançar objetivos políticos que deveriam vir pela via da competência e honestidade; volúvel porque depende de interesses pessoais e sazonais de quem o oferta; injusto porque nem sempre contempla a quem dele realmente necessita.

Senhores do poder. Restaurem a dignidade do povo! Ensine-o a pescar concedendo-lhe um caudal de águas propícias.

Verão como aprenderá rapidamente a manejar o caniço.

Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em fevereiro/1988